Economia

China proíbe montadoras de usar termos como 'direção inteligente' e 'direção autônoma'

As empresas serão obrigadas a realizar testes para verificar a confiabilidade e obter a aprovação das autoridades antes das implementações

A decisão ocorre em um momento em que as montadoras chinesas estão correndo para lançar novos modelos (Reuters)

A decisão ocorre em um momento em que as montadoras chinesas estão correndo para lançar novos modelos (Reuters)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 17 de abril de 2025 às 20h56.

A China está proibindo montadoras do país de usarem os termos como “direção inteligente” e “direção autônoma” ao anunciarem recursos de assistência ao motorista. As autoridades locais disseram que irão reforçar a fiscalização sobre essas tecnologias.

Segundo a Reuters, a regra sobre publicidade de veículos foi entregue pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação em reunião com quase 60 representantes de montadoras. Essa medida foi tomada após uma colisão com vítimas fatais envolvendo o carro elétrico SU7 da Xiaomi em março, fato que provocou preocupações generalizadas sobre a segurança do veículo.

Investigações mostraram que o carro da Xiaomi pegou fogo após bater em um poste a uma velocidade de 97 km/h, pouco depois que o motorista assumiu o controle do sistema avançado de assistência à direção.

Regra atualizada

De acordo com a regra atualizada, as montadoras não têm mais permissão para testar e melhorar essa assistência avançada de direção por meio de atualizações remotas de software em veículos já entregues aos clientes sem aprovação.

As empresas automobilísticas serão obrigadas a realizar testes suficientes para verificar a confiabilidade e obter a aprovação das autoridades antes das implementações.

A Huawei, que fornece essa tecnologia para pelo menos sete marcas na China, incluindo a Audi, estava entre as empresas que participaram da reunião, segundo a Reuters.

Guerra de preços

A decisão ocorre em um momento em que as montadoras chinesas estão correndo para lançar novos modelos com essa tecnologia, divulgando o recurso como “direção inteligente” em meio a uma guerra de preços que segue pelo terceiro ano no maior mercado automotivo do mundo.

A BYD acirrou a competição em fevereiro quando lançou pelo menos 21 veículos com preços abaixo de US$ 10.000 e equipados com recursos gratuitos de “direção inteligente”. Muitos de seus concorrentes, como a Toyota, lançaram carros com recursos semelhantes.

Os órgãos reguladores chineses estão reforçando o controle sobre essas tecnologias de veículos elétricos. O setor cresceu mais rápido do que o esperado, com as vendas de elétricos e híbridos representando mais da metade do total no final do ano passado.

 

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