Economia

China produz mais aço do que todos os outros países juntos

Produção chinesa segue em alta e a do mundo fica estagnada; já os números do Brasil caíram 13% no primeiro semestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015


	Funcionário de fábrica de aço em Hefei, na China
 (AFP)

Funcionário de fábrica de aço em Hefei, na China (AFP)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 22 de julho de 2016 às 06h00.

São Paulo - A China produziu em junho mais aço do que todos os outros países reunidos, de acordo com dados divulgados na quarta-feira pela Associação Mundial do Aço.

É o quarto mês seguido em que isso acontece. A produção chinesa em junho foi de 69,5 milhões de toneladas de aço puro, contra 66,5 milhões no resto do mundo.

E enquanto a produção chinesa continua subindo (1,7% sobre junho de 2015), a do mundo como um todo ficou estagnada no período.

Já o Brasil teve 8,5% de queda em junho em relação ao mesmo mês de 2015 e um tombo de 13% quando considerada toda a primeira metade do ano.

A Secretaria de Comércio Exterior informou, também nessa quarta-feira, que vai iniciar investigação sobre suposta existência de dumping em exportações de aço plano laminado a quente da China e Rússia para o Brasil.

A Associação Mundial do Aço publica dados de 66 países que juntos englobam mais de 85% da produção de aço do mundo.

O uso da capacidade instalada nesses países foi de 69,4% em junho de 2016, dois pontos percentuais abaixo de abril.

Apesar da alta na produção, a China também sofre com o excesso de capacidade. Sua economia está desacelerando e mudando de perfil para não depender tanto de indústria pesada e infraestrutura, que demandam muito esse tipo de material.

Vale lembrar de outra estatística impressionante: entre 2011 e 2013, a China usou mais cimento (6,6 gigatoneladas) do que os Estados Unidos em todo o século XX (4,5 gigatoneladas).

O número vem do livro "Making the Modern World: Materials and Dematerialization" (em tradução livre, "Fazendo o Mundo Moderno: Materiais e Desmaterialização), do historiador tcheco-americano Vaclav Smil, e foi destacado por Bill Gates em seu blog.

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