Economia

China pode ter um crescimento de 7,5% em 2013

Os dados positivos da economia chinesa em agosto apontam para a esperada recuperação da segunda economia mundial


	Indústria chinesa: índice da atividade industrial, considerado um termômetro confiável do estado da economia, alcançou em agosto seu nível mais alto dos últimos 16 meses
 (Nelson Ching/Bloomberg)

Indústria chinesa: índice da atividade industrial, considerado um termômetro confiável do estado da economia, alcançou em agosto seu nível mais alto dos últimos 16 meses (Nelson Ching/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2013 às 16h46.

Os dados positivos da economia chinesa em agosto apontam para a esperada recuperação da segunda economia mundial, que, segundo analistas, poderia alcançar o objetivo do governo de um crescimento de 7,5% em 2013.

A produção industrial, um indicador chave da atividade das indústrias do país, aumentou em agosto 10,4% em relação ao mesmo mês de 2012 em relação a 9,7% de julho, informou nesta terça-feira o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, em suas siglas em inglês).

Trata-se do aumento mensal mais importante em um ano e meio. As previsões do grupo de economistas reunidos pela agência financeira Dow Jones Newswires apostavam em um aumento de 9,9%.

As vendas no varejo também aumentaram em agosto, 13,4% na comparação anual, uma aceleração em relação ao mês anterior superior à esperada pelos analistas (+13,2%).

Já os investimentos em ativos fixos aumentou 20,3% entre janeiro e agosto em relação ao mesmo período do ano passado. Em agosto, continuou aumentando, após subir 20,1% no primeiro semestre do ano.

"Estas cifras são um sinal que o mini-plano de estímulo econômico do governo [anunciado em julho] começa a dar seus frutos", afirmaram Li-Gang Liu e Hao Zhou, dois economistas do banco ANZ.


"Os indicadores de atividade são impressionantes", afirmaram os analistas do Bank of America-Merrill Lynch. "São a prova de um panorama de ampla recuperação [da economia], tanto em demanda internacional e interna como em consumo e investimento", disseram.

Esses novos dados dissipam os temores de uma redução brutal da economia desde o anúncio da desaceleração do crescimento no segundo trimestre do ano (7,5%), que levaram ao governo a tomar em julho "medidas de ajuste" incluindo reduções de impostos, simplificações administrativas e a abertura do setor ferroviário para facilitar os investimentos.

Aceleração das trocas comerciais

Em agosto o superávit comercial aumentou 8,4% na comparação anual, mais que o esperado, segundo cifras publicadas domingo pelo serviço de alfândega, um dado que confirma a aceleração das trocas comerciais registradas em julho após vários meses de quedas das importações e desaceleração das exportações.

"As bases sólidas da economia dos Estados Unidos devem continuar favorecendo as exportações chinesas nos próximos meses", disse Ma Xiaoping, economista do HSBC, que considera, contudo, que a demanda interna continua sendo frágil.

Já o índice da atividade industrial, considerado um termômetro confiável do estado da economia, alcançou em agosto seu nível mais alto dos últimos 16 meses.

Também são bons os dados da inflação publicados na segunda-feira pela NBS, com uma desaceleração em agosto em relação ao aumento de 2,6% em julho.

"Considerando o estímulo da economia chinesa o governo será sem dúvida capaz de alcançar seu objetivo de crescimento do PIB de 7,5% em 2013", afirmam os economistas de Bank of America Merrill Lynch.

"Os indicadores positivos de agosto também significam que não é preciso esperar um grande plano de apoio à economia" pelas autoridades lideradas pelo presidente Xi Jinping, acrescentaram.

Contudo, alguns analistas destacam os pontos frágeis da economia chinesa revelados pelas estatísticas. "O forte aumento dos investimentos em infraestrutura deram um impulso importante à economia [...], mas há dúvidas sobre quanto durará", disse Yao Wei, economista do banco Société Générale.

Nos últimos meses os dirigentes chineses fazem esforços para "reequilibrar" a economia reforçando a demanda interna em detrimento das exportações e os investimentos em infraestrutura, os dois pilares tradicionais do crescimento no país.

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