Economia

China pode realizar calote gigante em soja, diz importador

Compras de mais 1,2 milhão de toneladas de soja no valor de aproximadamente 900 milhões de dólar estão sendo enviadas dos Estados Unidos e da América do Sul


	Soja: alguns compradores de commodities da China já ameaçaram dar calote, ou cancelar a compra de cargas, para forçar os vendedores a oferecem preços mais baixos
 (Getty Images)

Soja: alguns compradores de commodities da China já ameaçaram dar calote, ou cancelar a compra de cargas, para forçar os vendedores a oferecem preços mais baixos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2014 às 15h02.

Rizhao - Compradores chineses podem cancelar compras de mais 1,2 milhão de toneladas de soja no valor de aproximadamente 900 milhões de dólar que estão sendo enviadas dos Estados Unidos e da América do Sul, para evitar incorrer em grandes perdas em um mercado local deprimido, disse o maior comprador de soja do país.

A abordagem "linha dura" adotada pelo compradores chineses levanta a possibilidade de que mais cargas poderiam sobrar no mercado, depois de os compradores desistirem de pelo menos 500 mil toneladas em carregamentos nas últimas semanas.

Tradings, em sua maioria concentradas na província chinesa de Shandong, têm se recusado a fazer pagamentos para cerca de 20 carregamentos, disse o gerente-geral da Shandong Sunrise Group, Shao Guorui, em uma entrevista.

A Sunrise é responsável por cerca de 12 por cento das importações de soja da China.

"A maioria das cargas foi entregue pelo vendedor antes de receber cartas de crédito e os compradores não estão dispostos a pagar agora, porque vão sofrer perdas enormes", disse Shao, falando de uma suíte de hotel que ele usa quando está na cidade de Rizhao.

"Se os compradores não puderem resolver o problema, eles podem cancelar também embarques futuros." Shao se recusou a dizer se a sua empresa também deu calote em compras ou se tinha algum plano para fazer isso.

Em 2013, a Sunrise cancelou embarques originados pela japonesa Marubeni, devido ao congestionamento dos portos do Brasil.

Alguns compradores de commodities da China já ameaçaram dar calote, ou cancelar a compra de cargas, para forçar os vendedores a oferecem preços mais baixos.


Shao estimou que as empresas por trás dos 20 embarques têm reservado entre 80 e 100 cargas para entrega entre abril e julho, a maioria dos quais foram vendidos pela Marubeni.

Os contratos de soja na bolsa de Chicago acumulam alta de 14 por cento este ano. Honrar esses negócios levaria os compradores chineses de incorrer em uma perda de até 7 milhões de dólares por carga, disse Shao, enquanto fazia malabarismo para atender vários telefonemas e inúmeras mensagens de texto durante a entrevista.

A Marubeni é o maior exportadora de soja para a China, embarcando cerca de 16 milhões de toneladas por ano juntamente com a Gavilon, que ela comprou no ano passado, ou cerca de um quarto das importações anuais chinesas de 60 milhões de toneladas.

Um porta-voz da Marubeni não quis comentar, citando acordos de confidencialidade com os clientes e fornecedores.

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