Economia

China passa Brasil e vira principal importadora da Bolívia

A China se transformou no ano passado na maior fonte de importação para a Bolívia, passando o Brasil, que era em 2013 o principal fornecedor


	Vista de La Paz, Bolívia: importações chinesas para a Bolívia alcançaram no ano passado US$ 1,8 bilhão
 (Wikimedia Commons)

Vista de La Paz, Bolívia: importações chinesas para a Bolívia alcançaram no ano passado US$ 1,8 bilhão (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 21h30.

La Paz - A China se transformou em 2014 na maior fonte de importação para a Bolívia, colocando o Brasil em segundo plano, país que até 2013 foi o principal fornecedor de produtos para o mercado boliviano, informou Instituto Nacional de Estatística (INE).

As importações chinesas para a Bolívia alcançaram no ano passado US$ 1,8 bilhão, o que representar um aumento de 44,4% com relação a US$ 1,2 bilhão registrado em 2013, conforme relatório INE.

A Bolívia também comprou produtos do Brasil por um valor de US$ 1,6 bilhão, 3,3% a mais do que o US$ 1,5 bilhão de 2013; e importou mercadorias dos Estados Unidos por US$ 1,2 bilhão, 5,3% acima do US$ 1,1 bilhão do ano anterior.

O valor total das importações do país em 2014 foi de US$ 10,4 bilhões, sendo que as compras de produtos da China representaram 17,2%; as do Brasil, 15,7% e as dos EUA, 11,7%. Em 2013, as importações chinesas representaram 13,4% do total importado pela Bolívia; as compras de produtos brasileiros, 17,1% e as de mercadoria americanas, 12,4%.

Em declarações à Agência Efe, o gerente do Instituto Boliviano de Comércio Exterior (IBCE), Gary Rodríguez, destacou que a forte presença da China no comércio internacional "não é de se estranhar", pois o desenvolvimento do gigante asiático está sustentado, sobretudo, por suas exportações.

Segundo o analista, a manufatura chinesa se baseia na fraqueza de sua moeda e na competitividade de sua mão-de-obra, mas também no fenômeno da "descentralização produtiva", ao abrigar em seu território diversas marcas, principalmente da União Europeia e dos EUA, que buscam se beneficiar das vantagens produtivas desse país.

"A China se transformou em uma dor de cabeça para todo o mundo pela incursão de suas manufaturas, que já não é como nos anos 80 apenas com calçados e têxteis, mas também agora com produtos tecnológicos de ponta", disse Rodríguez.

Para ele, nem a América Latina nem a Bolívia ficaram à margem desta crescente presença de produtos chineses, e no caso do país andino, aumentaram as importações nos setores automotivo, de telecomunicações e agroquímico.

Segundo Rodríguez, as compras de produtos chineses afetam os produtores locais de têxteis, calçados e madeira, mas nas demais áreas é possível dizer que "as importações chinesas são complementares" às necessidades da Bolívia.

"De alguma forma vieram para "democratizar" o acesso a certos bens que poderiam se classsificados como "de luxo", não apenas pelos preços mais baixos, como também pelas condições de financiamento para adquiri-los. Esperamos que continue a ascensão das importações desse país", disse Rodríguez.

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