Economia

China: para analistas, crise imobiliária deve atrapalhar crescimento econômico

País teve um começo de ano surpreendente forte, mas agora sofre com a deflação

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 25 de abril de 2024 às 11h15.

Os analistas atualizaram sua previsão para o crescimento da China em 2024 após um desempenho melhor do que o esperado no primeiro trimestre. No entanto, segue a preocupação de que a segunda maior economia do mundo terá dificuldades para escapar das pressões deflacionárias.

O PIB agora está projetado para expandir 4,8%, de acordo com pesquisa da Bloomberg feita com economistas, ficando mais próxima da meta do governo, que projeta um crescimento de 5% para 2024. A previsão anterior de março da Bloomberg estava em de 4,6%

Já as previsões de inflação foram mais baixas do que na pesquisa de março, apontando para uma fraqueza nos gastos das famílias após a queda do mercado imobiliário.

A inflação ao consumidor é projetada para ficar em 0,6% em 2024, abaixo do 0,8% previsto anteriormente.

A economia chinesa teve um início de ano surpreendentemente forte, impulsionada pela demanda externa por seus produtos manufaturados e pelo impulso de Pequim para desenvolver tecnologias avançadas.

Mas grande parte do salto ocorreu em janeiro e fevereiro. O consumo perdeu força em março e a queda no setor imobiliário se aprofundou - apontando para desafios para o restante de 2024 que podem exigir mais estímulos do governo.

Setor imobiliário ameaça crescimento

A desaceleração do setor imobiliário representa o maior risco para o crescimento da China em 2024, de acordo com nove dos 15 economistas pesquisados pela Bloomberg. Outros quatro disseram que a inflação baixa e o consumo interno fraco são a maior preocupação.

Houve uma divisão semelhante sobre como Pequim deveria reagir, com medidas para reforçar o investimento imobiliário no topo da lista, seguidas por uma aceleração nos gastos públicos.

Os governos locais, em particular, têm cortado seus gastos porque muitos estão enfrentando uma crise de endividamento. Depois de anos de empréstimos desenfreados, os cofres dos governos locais  estão sendo atingidos pela queda na receita de impostos e vendas de terras.

Pequim anunciou planos para aumentar os gastos do governo central como uma compensação. Mas a emissão de títulos do governo tem sido mais lenta do que o esperado.

As autoridades indicaram que a vendas de dívidas pode aumentar nos próximos meses, abrindo caminho para um impulso fiscal. A principal agência de planejamento econômico da China disse nesta semana que as autoridades concluíram a triagem de projetos que exigem um investimento total de 5,9 trilhões de yuans (S$ 1,1 trilhão).

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