Os setores automotivo, de energia elétrica e de serviços financeiros registraram crescimento no volume de investimentos chineses recebidos em 2012 (Paul Ellis/AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2012 às 18h38.
Brasília - Os anúncios de investimentos chineses no Brasil estão em queda, mas o perfil das aplicações melhorou, na avaliação do governo.
Dados da Rede Nacional de Informações sobre o Investimento (Renai), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mostram que desde 2011 entram mais recursos para investimentos novos (chamados de greenfield) do que para fusões e aquisições.
Também houve uma mudança dos setores que mais recebem os recursos chineses. "Há um foco no mercado doméstico brasileiro. Estão apostando no dinamismo do consumo no Brasil", disse ao Estado o coordenador-geral de Investimentos da Renai, Eduardo Celino.
Os setores automotivo, de energia elétrica e de serviços financeiros registraram crescimento no volume de investimentos chineses recebidos em 2012. Até o início do ano passado, grande parte dos recursos no Brasil estava ligada a commodities, o que evidenciava a estratégia de garantir o fornecimento de matérias-primas.
A maior parte das operações era em forma de fusões ou aquisições em setores ligados à extração e à produção de petróleo, gás e mineração.
De janeiro a setembro deste ano, o anúncio de investimentos chineses considerados greenfield somou US$ 4,43 bilhões e os de aquisições, US$ 1,34 bilhão. Em 2011, foram US$ 8,33 bilhões e US$ 6,96 bilhões, respectivamente.
Por outro lado, em 2010, a maior parte dos anúncios era de fusões e aquisições, que somaram US$ 13,3 bilhões. Os investimentos que partiam do zero totalizaram US$ 3,76 bilhões.
Celino diz que os números ainda são preliminares e, embora sinalizem que devem ficar abaixo de 2011, podem mudar até o final de dezembro.
Segundo ele, anúncios recentes de investimentos chineses na Zona Franca de Manaus, na área de eletroeletrônicos e motocicletas, ainda não foram incluídos nos dados da Renai.
Além disso, ressalta que basta ter o anúncio de apenas um projeto com recursos vultosos para que o volume de investimentos supere o ano passado.