Economia

China mantém crescimento mais baixo dos últimos 14 anos

Economia chinesa cresceu, em 2013, 7,7% em relação ao ano anterior e mantém, como em 2012, a menor taxa de crescimento desde 1999

Notas de iuane: governo chinês alertou sobre a persistência dos "problemas profundos" da segunda economia mundial (Jerome Favre/Bloomberg)

Notas de iuane: governo chinês alertou sobre a persistência dos "problemas profundos" da segunda economia mundial (Jerome Favre/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2014 às 12h22.

Pequim - A economia chinesa cresceu, em 2013, 7,7% em relação ao ano anterior e mantém, como em 2012, a menor taxa de crescimento desde 1999, informou nesta segunda-feira o Escritório Nacional de Estatística (NBS).

O governo do país comunista alertou sobre a persistência dos "problemas profundos" da segunda economia mundial e, em particular, sobre a dívida das administrações locais.

O Produto Interno Bruto (PIB) entre outubro e dezembro também foi de 7,7%, menos que os 7,8% dos três meses anteriores, informou a NBS.

Os dados de 2013 foram os mesmos que em 2012, quando foi registrado o crescimento mais baixo desde 1999, conforme as previsões de 14 economistas consultados pela AFP.

O objetivo do governo para 2013 era de 7,5%.

"Em termos gerais a economia chinesa demonstrou um bom estímulo e um crescimento estável e moderado em 2013, um objetivo conseguido com esforço", disse à imprensa o chefe da NBS, Ma Jiantang.

"Contudo, é preciso levar em conta que os problemas profundos que se acumularam com o tempo ainda têm que ser resolvidos neste período difícil para a economia chinesa", acrescentou.

Após a desaceleração da economia no primeiro semestre do ano, as autoridades de Pequim adotaram, em julho, um pacote de medidas de estímulo, principalmente fiscais, mas que só tiveram um efeito temporário.

O presidente Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Keqiang, nomeados em março, querem que a economia chinesa seja menos dependente das exportações e dos investimentos na indústria, focando no consumo interno.

"Considerando os dados, nossa perspectiva para 2014 é que a economia chinesa continuará desacelerando na primeira metade do ano", disse Wendy Chen, uma analista da empresa de Shanghai Nomura International.


As autoridades de Pequim estão preocupadas, em particular, com o aumento da dívida nas administrações locais (+67% em dois anos, segundo um relatório publicado no final de dezembro).

"As bases do crescimento econômico ainda têm que se consolidar, é preciso fomentar as forças que estimulam o crescimento econômico, evitar o risco da dívida dos governos locais e fazer mais esforços para eliminar as capacidades de produção obsoletas", disse o chefe da NBS.

O Escritório Nacional de Estatísticas também publicou nesta segunda-feira os dados da produção industrial, que subiu 9,7% em dezembro comparado com o mesmo mês do ano anterior.

No conjunto de 2013 também cresceu 9,7%.

Por sua vez as vendas no varejo, um indicador chave sobre o consumo, aumentaram 13,6% na comparação anual em dezembro e 13,1% no conjunto do ano.

O investimento em ativos fixos, um indicador do investimento do governo em infraestrutura, cresceu 19,6% em 2013.

Para os analistas, o desafio das autoridades será manter um crescimento suficiente e aio mesmo tempo realizar reformas estruturais, essenciais para a credibilidade das autoridades comunistas.

"A China terá que se concentrar prioritariamente na aplicação dessas reformas, entre elas as que têm o objetivo de abrir as empresas públicas (ao capital privado) e melhorar a urbanização", disse à AFP Ma Xiaoping, analista do HSBC.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaCrescimento econômicoDesenvolvimento econômico

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China