Milho: a China interrompeu seu esquema de compras estatais este ano, e Pequim tem pedido que agricultores voltem-se para outras culturas (Jean-Sebastien Evrard/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2016 às 10h05.
Pequim - A China, segundo maior consumidor global de milho, irá reduzir a área plantada com o cereal em 3,3 milhões de hectares, ou 9 por cento, até 2020, disse uma autoridade do setor agrícola, em um corte que não deverá reduzir de maneira significativa o grande excedente de oferta no país.
A tentativa de Pequim de colocar a oferta em linha com a demanda está sendo observada de perto pelo mercado internacional, que também enfrenta um excesso que derrubou no mês passado os preços nos Estados Unidos para mínimas de dois anos.
"Até 2020, a área com milho deverá estabilizar em 500 milhões de mu (33,3 milhões de hectares), uma queda de 50 milhões de mu", disse o ministro da Agricultura, Han Changfu, referindo-se à unidade de área chinesa.
A China tem buscado ajustar sua estrutura de produção agrícola porque anos de apoio aos produtores rurais levaram a uma disparada na produção de milho muito além da demanda, deixando o governo com enormes estoques.
A China interrompeu seu esquema de compras estatais este ano, e Pequim tem pedido que agricultores voltem-se para outras culturas como soja ou grãos de silagem.
O Ministério da Agricultura havia estimado anteriormente que a área com milho iria cair em 1,33 milhão de hectares este ano, mas a redução está estimada agora em 2 milhões de hectares, segundo informação da rádio estatal chinesa.
Analistas disseram que a meta de redução de área para 2020 deveria ser mais ambiciosa para ter um efeito real sobre o excedente de milho na China.