Economia

China está faminta por gás natural

Pesquisa do GlobalData mostra que a capacidade de geração de gás natural do país vai praticamente dobrar até 2020; governo que reduzir dependência de carvão


	Gás natural: capacidade instalada de produção deve saltar de 43,8 GW para 85,5 GW até 2020
 (Wikimedia Commons)

Gás natural: capacidade instalada de produção deve saltar de 43,8 GW para 85,5 GW até 2020 (Wikimedia Commons)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 15 de outubro de 2014 às 17h07.

São Paulo – Com crescimento econômico vigoroso, o dragão chinês tem fome de energia. E o setor de gás natural vai ajudar a aplacá-la. Segundo pesquisa da consultoria GlobalData, a capacidade de geração de gás natural do país vai praticamente dobrar até 2020.

Em 2013, a capacidade instalada para a produção de gás natural era de 43,8 gigawatts (GW). Daqui a sete anos, deve chegar a 85,5 GW, aponta a pesquisa.

Esse crescimento será impulsionado pela necessidade da China adotar fontes menos poluentes para geração de energia e reduzir a dependência do carvão, que responde por 62% da capacidade total instalada no país.

Os números do mercado de gás natural na China ainda são modestos – atingiram US$ 652 milhões no ano passado. A previsão é que salte para quase US$ 1,7 bilhão até 2017.

Segundo o Global Data, o aumento dos investimentos em infraestrutura para expansão do mercado de geração de energia alternativa  e as políticas de estímulo ao gás natural prometem turbinar este mercado.

Preocupação ambiental no topo da agenda política

O interesse no gás natural vai ao encontro da promessa chinesa de reverter os danos causados a meio ambiente durante décadas de forte crescimento econômico.

A matriz energética chinesa, que alimenta este crescimento, é um dos maiores vilões da qualidade do ar em todo o país.

Segundo um estudo feito pelo World Resources Institute, os chineses consomem anualmente 3,3 bilhões de toneladas de carvão. É uma dependência nociva.

Fonte fóssil, o carvão usado pelas indústrias libera compostos perigosos no ar, que contribuem para a poluição atmosférica.

No começo da semana, os níveis de poluição em várias cidades chinesas, incluindo a capital Pequim, superaram em 20 vezes o limite considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaGásMeio ambiente

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto