EUA: esse seria o primeiro de uma série de passos da administração para impor várias tarifas contra os chineses (Reprodução/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 21h48.
Washington - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew, advertiu que ignorar as recentes medidas de Pequim para liberalizar sua economia ameaçaria a cooperação com a China em outras importantes questões geopolíticas, particularmente para conter o programa nuclear da Coreia do Norte.
Trump já prometeu declarar a China uma manipuladora cambial quando o Departamento do Tesouro emitir seu próximo relatório semestral sobre câmbio, em abril.
Esse seria o primeiro de uma série de passos da administração para impor várias tarifas contra os chineses.
O presidente eleito já foi alvo de reclamações de autoridades chinesas por quebrar o protocolo diplomático ao falar por telefone com a presidente de Taiwan, o que rompeu também com a tradição de que o presidente eleito não se envolve na política externa antes de assumir.
Em entrevista ao Wall Street Journal, Lew disse que os passos da China para defender sua moeda nos últimos 18 meses mostram que Pequim abandonou a iniciativa de usar o câmbio para buscar vantagem injusta no comércio.
O mais recente relatório do Tesouro, emitido em outubro, reduziu bastante o tom das críticas contra a China e outros gigantes exportadores asiáticos.
Pequim tem gastado bastante para impedir que o yuan se desvalorize muito rápido ou em nível acentuado. O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que a moeda está em linha com os fundamentos do mercado.
Lew disse que é "analiticamente perigoso" igualar a política atual da China de defender o câmbio com intervenções para desvalorizar o yuan para ganhar vantagem indevida no comércio, acusação feita várias vezes por Trump na campanha.
O secretário do Tesouro prestes a deixar o cargo advertiu contra medidas que possam levar a China a retirar seu apoio a sanções mais duras contra a Coreia do Norte.
"A alternativa à pressão econômica pode ser muito assustadora", comentou.
"Eles [chineses] respeitam as críticas claras e intelectualmente sólidas", afirmou Lew. Segundo ele, o problema para os chineses é quando eles sentem que estão sendo caricaturados "ou quando os fatos estão sendo ignorados". Fonte: Dow Jones Newswires.