Economia

China é capaz de evitar "pouso forçado" da economia

Analistas temem que a China possa descumprir a meta de crescer cerca de 7% em 2015 se não forem adotadas medidas que garantam o crescimento da economia


	O premiê da China, Li Keqiang: "o desempenho da China é estável e está se movendo em uma direção positiva"
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

O premiê da China, Li Keqiang: "o desempenho da China é estável e está se movendo em uma direção positiva" (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2015 às 12h09.

Pequim - A China tem capacidade de evitar um "pouso forçado" e de atingir grandes metas econômicas este ano, afirmou hoje o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, durante discurso no Fórum Econômico Mundial, na cidade de Dalian, no nordeste do país.

O comentário veio após uma série de indicadores sugerirem que a segunda maior economia do mundo enfrenta uma desaceleração.

Analistas temem que a China possa descumprir a meta de crescer cerca de 7% em 2015 se não forem adotadas medidas de estímulo adicionais que garantam o crescimento da economia.

"Se virmos sinais de que a economia está perdendo força além de um intervalo adequado, temos a habilidade de lidar com isso", disse o premiê. "A economia chinesa não vai se encaminhar para um pouso forçado."

Segundo Li, não foi fácil garantir expansão econômica de 7% no primeiro semestre, a menor em 25 anos, mas o desempenho da China é estável e "está se movendo uma direção positiva".

Li também declarou que a China vai introduzir uma política de importações mais pró-ativa, com o objetivo de impulsionar a demanda doméstica, e adotar medidas específicas para flutuações econômicas de curto prazo. Pequim dispõe de políticas, incluindo estímulos fiscais e monetários, para reduzir a volatilidade e manter o crescimento em curso, afirmou o primeiro-ministro.

Sobre o câmbio, Li disse que Pequim vai manter a moeda chinesa, o yuan, basicamente estável, e que não recorrerá a uma guerra cambial para beneficiar seus exportadores.

Há cerca de um mês, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) anunciou uma forte desvalorização do yuan e decidiu que a taxa de câmbio passaria a ser mais determinada pelas forças de mercado.

A medida do PBoC veio depois de as exportações chinesas registrarem um tombo anual de 13,8% em julho. No mês passado, as exportações do país caíram mais 5,5% em comparação a agosto de 2014.

Li disse ainda que Pequim está comprometida com esforços de liberalização e reestruturação, dá boas-vindas a investimentos estrangeiros e continuará abrindo seus mercados de capitais.

Segundo o premiê, bancos centrais estrangeiros poderão investir no mercado de câmbio interbancário da China, que vai estabelecer um sistema de pagamentos transfronteiriço antes do fim do ano.

A abertura do mercado cambial chinês vem após um anúncio, em julho, de que Pequim permitirá a BC estrangeiros e fundos soberanos investirem no mercado de bônus do país. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaBancosChinaCrise econômicaFinanças

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs