Os presidentes Xi Jinping e Lula, durante visita do líder brasileiro a Pequim, em abril (Ken Ishii/Getty Images)
Agência
Publicado em 22 de novembro de 2024 às 14h19.
A 19ª Cúpula dos Líderes do G20, realizada no Brasil, trouxe os holofotes para a posição estratégica do país no cenário econômico global. A cooperação entre Brasil e China, destacada por eventos como a Expo Internacional de Importação da China, reflete a força dessa parceria. Produtos brasileiros, incluindo cafés e vinhos, conquistaram o mercado chinês, e mais de 70% das exportações brasileiras de soja e minério de ferro foram destinadas à China em 2024.
Esses dados reforçam o crescimento qualitativo das relações sino-brasileiras, que se diversificaram nos últimos anos, consolidando-se como um modelo de colaboração entre nações em desenvolvimento.
Por 15 anos consecutivos, a China tem sido o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2024, o comércio bilateral alcançou RMB 1,14 trilhão (cerca de US$ 156 bilhões), representando um crescimento de 9,9% em relação ao ano anterior. Produtos como petróleo bruto, carne bovina e celulose figuram como principais exportações brasileiras, enquanto o Brasil importa tecnologias avançadas e equipamentos industriais da China.
Entre janeiro e outubro, as exportações chinesas ao Brasil cresceram, com destaque para peças automotivas (alta de 20%) e materiais elétricos (30%). Além disso, projetos como Belo Monte e a planta de ciclo combinado no Porto do Açu reforçam a presença chinesa no setor energético brasileiro.
A parceria Brasil-China agora abrange setores inovadores, como economia digital e transição energética. Empresas chinesas expandem suas operações em e-commerce e veículos elétricos. Exemplos incluem a construção de fábricas da BYD na Bahia e da Great Wall Motors em São Paulo, além do aumento de 113% nas vendas de veículos elétricos no Brasil em 2024.
Na infraestrutura digital, empresas como Huawei e China Telecom aprimoram a conectividade nacional, com a instalação de milhares de quilômetros de fibra óptica. Isso posiciona ambos os países como líderes em inovação tecnológica e desenvolvimento sustentável.
Analistas apontam a complementaridade econômica como um dos principais fatores para o sucesso dessa parceria. A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China reafirmou o compromisso de ampliar investimentos em setores estratégicos como tecnologia verde e comunicação digital.
Com a crescente integração econômica, a cooperação sino-brasileira se destaca como um exemplo de como nações em desenvolvimento podem promover progresso mútuo e fortalecer a agenda global em tempos de desafios econômicos.