Economia

China diz que irá responder ameaça de novas tarifas dos EUA

Os EUA ameaçam taxar 10% sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses, valor que supera o total de bens que a China importa dos EUA

A China precisar pensar em maneiras criativas de responder a tais medidas dos EUA (Jason Lee/Reuters)

A China precisar pensar em maneiras criativas de responder a tais medidas dos EUA (Jason Lee/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de julho de 2018 às 09h46.

Pequim/Washington - A China acusou os Estados Unidos de intimidação e alertou que vai responder depois que o governo norte-americano elevou o tom na disputa comercial, ameaçando com tarifas de 10 por cento sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses.

O Ministério do Comércio da China afirmou nesta quarta-feira que está "chocado" e que irá reclamar junto à Organização Mundial do Comércio, mas não afirmou imediatamente como vai retaliar. Em comunicado, chamou as ações dos EUA de "completamente inaceitáveis".

O Ministério das Relações Exteriores descreveu as ameaças de Washington como "intimidação típica" e disse que a China precisa contra-atacar para proteger seus interesses.

"Essa é uma luta entre unilateralismo e multilateralismo, protecionismo e livre comércio, poder e regras", afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, nesta quarta-feira.

Pequim afirma que vai responder contra as medidas tarifárias de Washington, incluindo através de "medidas qualitativas", uma ameaça que empresas norte-americanas na China teme que possa significar algo como inspeções mais duras ou atrasos em aprovações de investimentos ou mesmo boicotes ao consumidor.

Os 200 bilhões de dólares superam de longe o valor total de bens que a China importa dos EUA, o que significa que Pequim pode precisar pensar em maneiras criativas de responder a tais medidas dos EUA.

Na terça-feira, autoridades dos EUA divulgaram uma lista de milhares de importações chinesas que o governo norte-americano quer atingir com as novas tarifas, incluindo centenas de produtos alimentícios, além de tabaco, químicos, carvão, aço e alumínio, provocando críticas de alguns grupos industriais dos EUA.

"Por mais de um ano, a administração (do presidente Donald) Trump pediu pacientemente à China que pare com suas práticas injustas, abra seu mercado e se empenhe em competição legítima de mercado", disse o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, ao anunciar as tarifas propostas.

"Em vez de tratar de nossas preocupações legítimas, a China começou a retaliar contra os produtos dos EUA...Não há justificativa para tal ação", completou ele em comunicado.

Na semana passada, Washington impôs tarifas de 25 por cento sobre 34 bilhões de dólares em importações chinesas, e Pequim respondeu imediatamente com tarifas equivalentes.

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