Economia

China deve conseguir equilíbrio apesar de agitação

Pequim irá agir se a economia perder tração rápido demais


	Economia na China: mudança pretendida é transformar um crescimento de três décadas na casa de dois dígitos impulsionado pelo investimento e exportações em uma economia com expansão mais lenta, porém mais equilibrada
 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Economia na China: mudança pretendida é transformar um crescimento de três décadas na casa de dois dígitos impulsionado pelo investimento e exportações em uma economia com expansão mais lenta, porém mais equilibrada (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2014 às 11h14.

Pequim/Tóquio - Investidores agitados com o impacto da desaceleração econômica da China em seus pares dos mercados emergentes possuem um poderoso aliado na liderança de Pequim, que tem tanto os meios quanto a forte motivação para evitar uma forte desaceleração.

Economistas de institutos de pesquisa do governo e analistas da China dizem que Pequim irá agir se a economia perder tração rápido demais, ameaçando a estabilidade financeira e social, enquanto avança para um crescimento econômico mais sustentável e equilibrado.

Mas essa mensagem confortante vem com uma advertência: embora Pequim possa atingir novamente suas metas de crescimento, não possui muita margem de erro. A China tem que manter a economia tranquila enquanto avança com as reformas.

"A economia está frágil neste momento e o risco pode ser muito alto se houver choques externos", disse o economista Li Heng, da Minsheng Securities, em Pequim.

A mudança pretendida pela China é transformar um crescimento de três décadas na casa de dois dígitos impulsionado pelo investimento e exportações em uma economia com expansão mais lenta, porém mais equilibrada e sustentável voltada para o consumo e os serviços. Essa mensagem tem sido bem comunicada.

Porém, qualquer conjunto de dados fracos abala os mercados financeiros globais desde o Brasil até a Austrália ao levantar dúvidas sobre o risco de uma redução descontrolada do crescimento e o peso que isso poderia ter sobre as economias que dependem da demanda chinesa.

O último surto de ansiedade em relação à perspectiva da China foi gerado na semana passada por pesquisa do HSBC/Markit que sugeriu que a atividade industrial contraiu em janeiro pela primeira vez em seis meses.


Os dados coincidiram com sinais renovados de aperto nos mercados financeiros da China, que se somaram às preocupações mais amplas acerca dos mercados emergentes, levando a vendas generalizadas.

A visão majoritária de economistas da China consultados pela Reuters permanece a de que Pequim conseguirá sustentar o crescimento econômico amplamente em linha com a meta de crescimento do ano passado de 7,5 por cento e com as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Pequim ainda não anunciou oficialmente a meta de crescimento para 2014 e tem havido especulação de que possa abandonar o costume para destacar a importância das reformas econômicas.

Entretanto, especialistas esperam que as autoridades reafirmem a meta a fim de reconfortar os mercados.

Eles acreditam que a China atingirá esse crescimento enquanto avança com sua ambiciosa agenda de reformas anunciada em novembro, com o banco central pressionando para afrouxar restrições regulatórias sobre a taxa de juros e o câmbio, junto com a intenção do governo de reduzir a burocracia e abrir setores dominados por gigantes estatais para empresas privadas.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaPaíses emergentes

Mais de Economia

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo

Brasil será menos impactado por políticas do Trump, diz Campos Neto

OPINIÃO: Fim da linha