Economia

Chávez: Mercosul é maior oportunidade venezuelana em séculos

O líder venezuelano disse ter ido à cúpula principalmente para agradecer a oportunidade que os países do bloco ofereceram à Venezuela

Hugo Chávez de uniforme: de acordo com Chávez, a incorporação de seu país coincide igualmente com o início de um novo ciclo político na Venezuela (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Hugo Chávez de uniforme: de acordo com Chávez, a incorporação de seu país coincide igualmente com o início de um novo ciclo político na Venezuela (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2012 às 19h53.

Brasília - O presidente Hugo Chávez disse que a adesão da Venezuela ao Mercosul como membro pleno, oficializada nesta terça-feira em uma cúpula extraordinária do bloco realizada em Brasília, é a maior oportunidade que surgiu para seu país nos últimos 200 anos.

"Trata-se da maior oportunidade histórica em 200 anos na Venezuela, um país que, por modelos de desenvolvimento que tinham sido impostos, estava condenado antes ao subdesenvolvimento, ao atraso e à miséria", afirmou Chávez no discurso que fez na cerimônia de integração de seu país ao Mercosul.

O líder venezuelano disse ter ido à cúpula principalmente para agradecer a oportunidade que os países do bloco ofereceram à Venezuela.

"O Mercosul é sem dúvida a maior locomotiva para garantir nossa independência e acelerar nosso desenvolvimento", afirmou o presidente venezuelano ao lado de seus colegas do Brasil, Dilma Rousseff; Argentina, Cristina Kirchner, e Uruguai, José Mujica.

De acordo com Chávez, a inclusão no Mercosul permite a Venezuela finalmente superar o modelo de desenvolvimento imposto por outros países e que transformou o país em um monoprodutor de petróleo, sem indústria nem setor agropecuário.

O presidente acrescentou que por esse motivo os críticos do ingresso da Venezuela são os mesmos que defendem o modelo dependente e que aplaudiam a criação da Área de Livre-Comércio das Américas (Alca), proposta pelos Estados Unidos.

"Nos interessa muito sair desse modelo e impulsionar um novo modelo agrícola, e temos um potencial muito grande para isso: mais de 30 milhões de hectares disponíveis para o desenvolvimento agrícola. Também queremos impulsionar um modelo de desenvolvimento industrial", disse.


"Por isso tenho que agradecer esta grande oportunidade. Agora estamos onde deveríamos ter estado sempre. Agora estamos localizados em nossa exata dimensão geopolítica. Este é nosso lugar, nossa essência. Nosso norte é o sul", disse.

Segundo Chávez, a Venezuela está totalmente comprometida para que o mecanismo de integração não se limite apenas ao comércio.

Chávez citou o projeto de seu governo de construir três milhões de imóveis nos próximos seis anos e de montar oito pólos petroquímicos, e pediu às construtoras dos países do Mercosul para participarem dessas iniciativas.

O líder se referiu também ao projeto que pode transformar à Faixa do Orinoco no maior pólo de produção de petróleo do mundo, com até seis milhões de barris diários, e mencionou a possibilidade das empresas do Mercosul participarem da instalação de gasodutos, ferrovias, estradas e da infraestrutura que a iniciativa exigirá.

Chávez comparou a importância regional da entrada da Venezuela no Mercosul com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente do Brasil, em 2002, que segundo disse, marcou uma mudança no rumo da América Latina.

"Acho que o evento de hoje é muito parecido com o daquele dia. Tenho segurança que a partir de hoje entramos em um novo período de aceleração da história que estamos construindo, de aceleração da geografia, de mudanças políticas, de mudanças profundas", disse.

De acordo com Chávez, a incorporação de seu país coincide igualmente com o início de um novo ciclo político na Venezuela, em janeiro, quando o vencedor das eleições de outubro assumirá a presidência, para a qual ele é favorito, segundo as pesquisas.

"Para nosso projeto de desenvolvimento nada é mais importante do que este evento de hoje", disse o governante venezuelano ao manifestar sua confiança na continuidade política em seu país. 

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