Economia

Chanceler do Brasil diz a Rubio que Judiciário é independente e 'não se curvará a pressões externas'

Vieira viajou para Nova York na última segunda-feira, para participar de uma discussão na ONU

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 30 de julho de 2025 às 20h21.

Tudo sobreEstados Unidos (EUA)
Saiba mais

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse, nesta quarta-feira, que afirmou ao chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, que o Judiciário do Brasil é independente e não se curva a pressões externas. Vieira conversou com Rubio, pela primeira vez , em um encontro em Washington, no início da tarde, desde que o presidente Donald Trump assumiu o segundo mandato,

— Enfatizei que é inaceitável e descabida a ingerência na soberania nacional no que diz respeito a decisões do Poder Judiciário do Brasil, inclusive a condição odo processo judicial no qual é réu o ex-presidente Bolsonaro — afirmou. — Afirmei que o Poder Judiciário é independente no Brasil, tanto como aqui, e não se curvará a pressões externas.

Em um pronunciamento feito no fim desta tarde, Mauro Vieira, relatou ter dito a Rubio que é "inaceitável e descabida" a ingerência na soberania nacional e nas decisões do Poder Judiciário do Brasil, inclusive a condução do processo judicial no qual é réu o ex-presidente Bolsonaro.

— Nesse sentido, o governo brasileiro se reserva o direito de responder às medidas adotadas pelos Estados Unidos — afirmou Vieira. — Ao final do encontro, concordamos com a necessidade de manter diálogo para se solucionar os problemas bilaterais — concluiu.

Mauro Vieira disse que voltaria ainda hoje ao Brasil. Ao chegar, relatará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o teor das conversas que manteve nos EUA. A partir de então, será possível elaborar as respostas do Brasil às medidas anunciadas pelos EUA nesta quarta-feira.

No dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou novas sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e assinou uma ordem executiva estabelecendo que a sobretaxa de 50% às exportações brasileiras entrará em vigor dentro de sete dias, o ministro foi chamado a Washington para uma reunião com Rubio.

Vieira viajou para Nova York na última segunda-feira, para participar de uma discussão na ONU sobre a situação na Palestina. Ele informou ao governo americano que estaria disposto a viajar para Washington para um encontro de alto nível, se fosse chamado.

Nesta quarta-feira, a Casa Branca anunciou o uso da Lei Magnitsky contra Moraes. Com isso, o magistrado, que teve o visto de entrada nos EUA suspenso, está sujeito a outras sanções, como o bloqueio de bens que estiverem em território americano e a proibição de compras com cartão de crédito internacional de empresas daquele país.

Instantes depois, Trump assinou um decreto implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, somando-se aos 10% anunciados em abril e elevando o total da tarifa para 50%. Além de vários produtos terem sido excluídos da medida, houve um adiamento de sete dias para a vigência da sobretaxa, que passaria a valer nesta sexta-feira.

Mais cedo, em uma rede social, Rubio se manifestou em relação às sanções contra Moraes: "Que este seja um aviso para aqueles que atropelam os direitos fundamentais de seus compatriotas — as togas judiciais não podem protegê-los".

Acompanhe tudo sobre:Mauro VieiraDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Tarifas

Mais de Economia

Taxa de desemprego no Brasil cai para 5,8% e chega ao menor nível da história

Haddad diz que vai se reunir com Bessent para discutir tarifaço

Governo de SP libera R$ 1,5 bilhão para apoiar empresas afetadas pelas tarifas dos EUA

Setor de energia terá R$ 597 bi em investimentos de plantas de geração à distribuição até 2034