Músicos durante a cerimonia Crystal Awards, do Fórum Econômico Mundial 2014, em Davos (Denis Balibouse/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2014 às 19h24.
Davos - Líderes empresariais que participam do Fórum Econômico Mundial, em Davos, estão se sentindo um pouco melhor em relação ao prospecto para as suas empresas e muito mais ainda sobre a perspectiva mais ampla para a economia.
Mas eles ainda têm uma longa lista de preocupações.
Meia década após a crise financeira que arrastou a economia mundial para a beira do abismo, as ameaças imediatas para os lucros empresariais estão diminuindo e executivos estão sendo encorajados por uma perspectiva mais otimista nos Estados Unidos e na Europa.
No entanto, eles não precisam ir muito longe para encontrar ameaças futuras: desde a desaceleração preocupante nos mercados emergentes a incertezas sobre a redução do programa de estímulo do Federal Reserve e apreensão com o aumento da regulação.
A pesquisa anual da PricewaterhouseCoopers (PwC) com mais de 1.300 presidentes-executivos revelou que 39 por cento estão "muito confiantes" que a receita de suas empresas irão crescer em 2014, contra 36 por cento um ano atrás.
Embora a tendência seja encorajadora, a leitura ainda está abaixo dos níveis de 50 por cento vistos em 2007 e 2008, ressaltando como a volta do crescimento ainda continua frágil e incerta.
Significativamente, os CEOs estão mais otimistas com as perspectivas macroeconômicas do que com as de suas próprias empresas. O levantamento mostrou que 44 por cento acreditam que a economia global vai melhorar nos próximos 12 meses, contra apenas 18 por cento um ano atrás.
A diferença reflete o fato de que as questões econômicas não são as únicas pesando na mente dos executivos, de acordo com o presidente da PwC International, Dennis Nally, que apresentou os resultados na véspera do Fórum Econômico Mundial, que ocorre entre 22 e 25 de janeiro.
"Mesmo que haja um maior grau de otimismo em relação à economia global, ainda existem grandes desafios em outros lugares que têm a ver com a volatilidade de algumas economia, preocupações em torno da regulação e mudanças tecnológicas", disse.
Problemas Emergentes
A fraqueza em alguns mercados emergentes e sua influência sobre as estratégias corporativas são importantes pontos de discussão para muitas multinacionais, já que coincidem com a recuperação no Ocidente e os sinais de progresso nos esforços do Japão para combater anos de estagnação econômica.
Por isso, os CEOs estão retornando para as economias avançadas em busca de crescimento, com os Estados Unidos, Alemanha e Grã-Bretanha vistos como mais promissores do que países como Índia e Brasil.
Nally disse que essa tendência é uma importante "manchete" para Davos 2014 - uma visão compartilhada por outros especialistas convergindo à estação de esqui na Suíça para quatro dias de discussões e encontros de alto nível.
As economias consideradas "lentas e velhas" como os Estados Unidos, Grã-Bretanha, Alemanha e Japão serão realmente as novas locomotivas de crescimento em 2014, de acordo com Nariman Behravesh, economista-chefe da IHS.
As economias emergentes, por outro lado, estão perdendo força com o declínio do "super ciclo" de commodities - que impulsionou economias como a brasileira e a russa - e o crescimento das incertezas políticas antes das eleições em 2014 na Turquia, África do Sul, Índia, Indonésia e Brasil.
"No geral, os líderes empresariais estão se sentido melhor sobre os mercados desenvolvidos e sobre as perspectivas para os próximos anos, mas estão preocupados com certos mercados emergentes, talvez até mesmo ao ponto de reduzir algum investimento", disse o CEO mundial da Deloitte Touche Tohmatsu, Barry Salzberg.