Economia

Ex-CEO da PIMCO explica porque empresas pararam de investir

Em artigo, Mohamed A. El Arian lista as 5 razões pelas quais as empresas já não investem tanto, apesar de lucros e recursos recordes


	Mohamed El- Erian, então como CEO da Pimco, discursa durante encontro em Washington
 (Pete Marovich/Bloomberg)

Mohamed El- Erian, então como CEO da Pimco, discursa durante encontro em Washington (Pete Marovich/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 2 de março de 2014 às 14h46.

São Paulo - Desde a crise de 2008, as empresas americanas e das economias avançadas em geral se recuperaram de forma vigorosa e tem hoje lucros e reservas em níveis recordes.

Estes recursos, no entanto, só são mobilizados para recompensar acionistas e não estão sendo reinvestidos.

Ex-presidente executivo da PIMCO, uma das maiores companhias de investimento do mundo, Mohamed A. El Arian publicou um artigo no Project Syndicate para explicar porque isso está acontecendo. Ele dá 5 motivos:

1. As companhias estão preocupadas com a futura demanda de seus produtos porque não sabem se a recuperação vai se manter quando os bancos centrais interromperem suas políticas heterodoxas.

2. A China tem um papel tão importante na demanda global que qualquer incerteza sobre suas perspectivas tem um efeito desproporcional sobre a ansiedade dos investidores.

3. As empresas estão desconfiadas de que a inovação normal já não dá tanto resultado e tem hoje mais a ver com encontrar o "app matador" do que com o financiamento clássico.

4. O plano de longo prazo das empresas está sendo afetado por questões sobre o ambiente de negócios que não tem resposta certa por enquanto - como a direção das reformas estruturas da União Europeia, por exemplo.

5. A margem de manobra das empresas ainda não é tão grande assim, apesar do que os avanços financeiros possam sugerir. 

Para Mohamed, a boa notícia é que estas preocupações estão sendo abordadas e enfrentadas. A má notícia é que o crescimento mais rápido que a economia global precisa só vai acontecer quando o setor privado contribuir de forma mais decisiva, o que ainda não está acontecendo.

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