Carteira de Trabalho: levantamento, com dados até novembro de 2012, mostra que os salários ofertados cresceram, em média, 20,5% entre 2010 e 2012. (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2013 às 14h51.
São Paulo - Apesar da estimativa da taxa de desemprego atingir 4,4% para dezembro, de acordo com o indicador antecipado da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e do portal Catho, o cenário para 2013 no índice ainda é incerto, por conta do desaquecimento da economia. "Apesar da queda para o menor nível da série iniciada em 2002 pelo IBGE, ninguém sabe ao certo onde vai parar (o índice), pois o mercado de trabalho e a economia estavam mais aquecidos em 2010, por exemplo", disse Eduardo Zylberstajn, coordenador da pesquisa.
Se for seguida a tendência sazonal, o indicador de janeiro, que será divulgado pela Fipe no próximo dia 31, deve apontar para uma alta no desemprego. Nos últimos anos, o indicador medido pelo IBGE apontou o crescimento na taxa de desemprego até julho e recuos no segundo semestre.
De acordo com Claus Vieira, CEO da Catho, o levantamento feito em conjunto com a Fipe utiliza a base da dados de 300 mil currículos cadastrados no portal de empregos, ferramentas de busca da internet e ainda os próprios dados do nível de desemprego do IBGE. "Na simulação feita desde 2010, houve uma aderência muito grande da taxa de desemprego antecipada aos números do IBGE", disse. Segundo a Fipe, o erro médio entre o indicador antecipado e efetivado pelo IBGE foi de 0,1 ponto porcentual.
A Fipe e a Catho divulgaram ainda os indicadores de vagas por candidato (IVC) e o de salários ofertados, que acompanha a evolução dos salários oferecidos e os efetivados na contratação. O IVC apontou que em dezembro havia 1,08 vaga disponível para cada novo trabalhador em busca de emprego aumento de 6% ante novembro de 2012 e de 20% em comparação a dezembro de 2011 já desconsiderados os efeitos sazonais. Em 2012, no entanto, o índice apontou uma média de 0,75 candidato por vaga, ante 0,77 em 2011 e 0,95 em 2010, mais um indicador de desaquecimento da economia no ano passado.
O levantamento, com dados até novembro de 2012, mostra que os salários ofertados cresceram, em média, 20,5% entre 2010 e 2012, enquanto que os salários de contratados subiram 33,6%, o que aponta para um maior poder de barganha do trabalhador. Ainda segundo a Fipe, em novembro o salário contratado foi 4% mais alto que o ofertado "Dificilmente na média da diferença entre os salários pagos na contratação e o ofertado ficam acima ou abaixo de 10%, o que mostra até onde pode ir o poder de barganha dos dois lados", concluiu Zylberstajn.