Economia

Cena eleitoral afeta atividade econômica, diz Guardia

Ministro ainda que, mesmo antes da greve dos caminhoneiros, já estavam sendo observadas reduções nas expectativas de crescimento econômico

Guardia: "Nós também sofremos nesse período recente com maior aversão ao risco, maior preocupação dos agentes econômicos" (Adriano Machado/Reuters)

Guardia: "Nós também sofremos nesse período recente com maior aversão ao risco, maior preocupação dos agentes econômicos" (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de junho de 2018 às 15h30.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou nesta segunda-feira que os cenários político e eleitoral têm afetado a atividade econômica do Brasil, bem como a greve dos caminhoneiros e o setor externo, além do processo de normalização da política monetária nos Estados Unidos e disputas comerciais entre norte-americanos e chineses.

"A questão da transição política também impacta a economia nacional", afirmou ele durante evento com empresários em São Paulo.

O ministro disse ainda que, mesmo antes da greve dos caminhoneiros que durou 11 dias em maio e afetou o abastecimento em todo o país, já estavam sendo observadas reduções nas expectativas de crescimento da economia.

O mercado doméstico piorou nas últimas semanas após a greve elevar as preocupações com a deterioração do quadro fiscal do Brasil, com a redução do preço do diesel gerando impacto bilionário sobre as contas do governo.

Além disso, pesquisas eleitorais vêm mostrando dificuldade dos candidatos que o mercado considera como mais comprometidos com ajustes fiscais de ganhar tração na corrida presidencial.

"(Além da cena externa e da greve de caminhoneiros) nós também sofremos nesse período recente com maior aversão ao risco, maior preocupação dos agentes econômicos. E, eu acho que isso também é inegável, com o debate político para a continuidade ou não dessa agenda de reformas que o governo brasileiro vem implementando ao longo dos últimos dois anos", acrescentou.

O dólar disparou e chegou a ir ao patamar de 3,90 reais, bem como as taxas dos juros futuros no país, obrigando o Banco Central e o Tesouro a atuarem juntos e de maneira intensa para tentar trazer equilíbrio aos mercados.

"BC e Tesouro têm os instrumentos para atuar no mercado de câmbio e juros", reafirmou o ministro, acrescentando ainda que o setor privado já estava com "hedge", ou seja, com proteção nos mercados financeiros.

Guardia disse ainda que esses efeitos são transitórios e não prejudicam de maneira permanente o potencial de crescimento do país. Ele citou ainda a normalização da política monetária dos EUA e a disputa comercial da China com os norte-americanos como fatores que também afetam a economia.

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