Economia

Celso Amorim quer que próximo diretor do FMI seja de emergente

Ex-ministro brasileiro defendeu que um possível substituto para Dominique Strauss-Kahn não seja europeu ou americano

Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores: "Por que não uma mudança?" (José Cruz/ABr)

Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores: "Por que não uma mudança?" (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2011 às 20h50.

Nova York - O ex-ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu nesta segunda-feira que o próximo diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) seja de um país emergente, caso abrirem um processo para substituir o francês Dominique Strauss-Kahn, acusado em Nova York de crime sexual.

"Não acho que o monopólio dos Estados Unidos e da Europa deve continuar no FMI e no Banco Mundial", disse Amorim nesta segunda-feira, em entrevista coletiva na Associação das Américas de Nova York.

"Se (o próximo diretor-gerente do FMI) for de um país emergente seria muito melhor porque demonstraria que a organização é mais representativa e sensível às mudanças no mundo, e isso é muito importante", expressou o ex-ministro.

Strauss-Kahn, detido no sábado passado no aeroporto nova-iorquino de John F. Kennedy (JFK) quando voltava para Paris, foi acusado formalmente de tentativa de violação, ato sexual delitivo e retenção ilegal contra uma camareira do hotel onde estava hospedado no centro de Nova York.

Por causa do episódio, o número dois do FMI, John Lipsky, assumiu temporariamente a instituição e desde então se abriu um debate sobre a possível sucessão do francês, que já aponta nomes como o italiano Mario Draghi, até agora claro candidato para suceder Jean-Claude Trichet a frente do Banco Central Europeu (BCE).

"Está claro que há bons candidatos nos Estados Unidos e Europa, mas também existem fora. Por que não uma mudança?" questionou Amorim, que afirmou que esse "monopólio não tem nenhum sentido, porque a proporção do PIB mundial mudou significativamente".

De qualquer forma o ex-embaixador do Brasil no Reino Unido assegurou que, no caso que a causa judicial contra Strauss-Kahn prossiga, a pessoa escolhida para sucedê-lo deveria ser "adequada".

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