Economia

CE prevê que economia espanhola volte a crescer 0,8% em 2014

Segundo a Comissão Europeia, a economia espanhola continuará em recessão neste ano, com uma redução de 1,4% do PIB


	Pessoas esperam em fila em busca de empregos em Madri: o desemprego chegará a 26,9% neste ano, de acordo com as previsões
 (Susana Vera/Reuters)

Pessoas esperam em fila em busca de empregos em Madri: o desemprego chegará a 26,9% neste ano, de acordo com as previsões (Susana Vera/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2013 às 12h31.

Bruxelas - A Comissão Europeia (CE) divulgou nesta sexta-feira que a economia da Espanha continuará em recessão durante 2013, com uma redução de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB), e que em 2014 crescerá 0,8%, segundo suas previsões macroeconômicas, que também afirmam que o desemprego chegará a 26,9% neste ano.

O Executivo comunitário mantém, assim, as previsões que estabeleceu para a Espanha em novembro passado.

"Após a intensificação da contração no quarto trimestre de 2012, espera-se que a queda do PIB seja moderada em 2013, chegando ao fundo do poço por volta do fim do ano", publicou o órgão.

O PIB se reduzirá 0,4% no primeiro trimestre do ano, 0,2% no segundo e 0,1% no terceiro, para se manter estável nos três últimos meses do ano.

A Comissão prevê que o crescimento econômico "volte a um terreno positivo em 2014, sob a condição de que não haja mudanças nas políticas" aplicadas atualmente.

Tanto no primeiro trimestre de 2014 quanto no segundo será registrado um crescimento de 0,3%, que se elevará para 0,5% tanto no terceiro trimestre como no quarto.


As previsões do Executivo estão alinhadas com as do Fundo Monetário Internacional (FMI), que há um mês revisou para baixo as perspectivas da economia espanhola com uma contração de 1,5% para este ano e uma volta aos números verdes em 2014 com um crescimento de 0,8%.

O governo espanhol prevê, em contraste, uma queda de 0,5% do PIB para 2013.

A CE considera que, durante este ano e o próximo, a economia espanhola continuará se reequilibrando, com uma demanda interna muito lastreada pelos altos índices de desemprego e pelo processo de redução de endividamento que as famílias enfrentam.

Quanto à taxa de economia, é "provável" que se mantenha baixa, e o investimento privado seja lastreado pelas perspectivas econômicas e continue a contração.

A CE destaca que manterá nestes dois anos o ajuste que está sofrendo o investimento no setor imobiliário, que se mantém em níveis "historicamente" baixos e que continue sua queda.

Bruxelas destaca que a redução de empregos se acelerou no último trimestre de 2012, o que elevou a taxa de desemprego a um "recorde" de 26% no fim do ano, que seguirá aumentando até tocar teto este ano no 26,9%, para moderar-se em 2014 com uma queda até 26,6%.

Para o Executivo comunitário a última reforma laboral espanhola deveria começar a ter um efeito mais notório, de modo que permita um ajuste mais equilibrado entre salários e emprego, o que por sua vez "poderia reduzir o ritmo de destruição de emprego".


Os salários já estariam se adaptando à situação econômica, e há "aumentos significativos" na produtividade laboral, o que está resultando em uma melhora da relação custo-competitividade da economia espanhola.

O Executivo da UE ressaltou que isso "é necessário para continuar com a expansão das exportações" espanholas.

As exportações se estabelecerão como "a única fonte de crescimento" em curto prazo, como aponta a CE, que prevê que se mantenham fortes, apesar da fragilidade da zona do euro, o principal destino dos produtos espanhóis.

Em movimento contrário, as importações estão se contraindo "bruscamente" devido à débil demanda interna.

O Executivo europeu destaca que graças a esse cenário, a Espanha conseguiu reduzir seu déficit externo e prevê que registre um superávit "histórico" em 2013 e em 2014.

Outra questão que dificulta a recuperação do país é a restrição do crédito que a economia real espanhola sofre, apesar da melhora das condições externas de financiamento, com a queda de o prêmio de risco e o aumento da entrada de capital privado estrangeiro.

Essa melhora foi impulsionada pela reestruturação bancária e as reformas iniciadas na Espanha, combinadas com as decisões tomadas em nível europeu, entre elas o início do novo programa de compra de bônus (OMT, na sigla em inglês) do Banco Central Europeu (BCE). 

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