Economia

CCEE não prevê novo adiamento de prazo para aporte

Câmara está trabalhando para fechar o processo de liquidação financeira das operações de janeiro no mercado de energia de curto prazo na próxima seman


	Torre de transmissão de energia: segundo presidente, não há previsão de que haja novo adiamento do prazo para que distribuidoras aportem garantias em relação às operações de janeiro
 (Wikimedia Commons)

Torre de transmissão de energia: segundo presidente, não há previsão de que haja novo adiamento do prazo para que distribuidoras aportem garantias em relação às operações de janeiro (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 17h18.

São Paulo - A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) está trabalhando para fechar o processo de liquidação financeira das operações de janeiro no mercado de energia de curto prazo na próxima semana, apesar do governo não ter anunciado ainda ajuda às distribuidoras de energia via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Segundo o presidente do Conselho de Administração da CCEE, Luiz Eduardo Barata, não há por enquanto previsão de que haja novo adiamento do prazo para que as distribuidoras de energia aportem garantias em relação às operações de janeiro, o que devem fazer até o final do dia 11, próxima terça-feira.

A liquidação das operações ocorrerá nos dois dias seguintes.

A CCEE é responsável por coordenar a contabilização e liquidação das operações do mercado de curto prazo de energia do país, o que ocorre mensalmente. O aporte de garantias pelas distribuidoras referente às operações de janeiro estava marcado para ocorrer em 21 de fevereiro, mas foi adiado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) até a próxima terça, a pedido das distribuidoras de energia.

As distribuidoras estão descontratadas em cerca de 3,5 gigawatts (GW) médios de energia e teriam que arcar com fortes gastos baseados em preços altos de energia no curto prazo para cobrir esta exposição.

O preço de energia está alto porque a geração termelétrica do país mais cara está praticamente toda acionada para ajudar a abastecer o país em um momento de nível baixo de reservatórios de hidrelétricas. No ano passado, as distribuidoras obtiveram ajuda do governo federal via CDE para cobrir esses custos, mas essa ajuda ainda não foi formalizada para este ano.

Em janeiro, a estimativa de agentes do setor é de que esses gastos das distribuidoras teriam sido de cerca de pelo menos cerca de 1,5 bilhão de reais.


"Não estamos trabalhando com essa hipótese (de adiar o prazo para aporte novamente)", disse Barata, à Reuters, nesta sexta-feira, que não quis dar estimativas de valores envolvidos nas operações.

Ele lembra que ao longo do ano passado, quando houve repasses da CDE às distribuidoras, o aporte das empresas ocorreu sempre às vésperas da liquidação, num sinal de que deverá mesmo ser formalizada a ajuda a essas concessionárias até terça-feira.

Segundo uma fonte próxima ao setor de distribuição de energia, existe preocupação sobre se a ajuda sairá mesmo a tempo do aporte de garantias. Embora o governo federal tenha prometido não deixar as distribuidoras desamparadas, ainda não havia sinal concreto de como poderia ser formalizada uma ajuda, segundo a fonte.

Se as distribuidoras tiverem que arcar com os custos no curto prazo, sem ajuda da CDE, algumas podem ter problema para cumprir com suas obrigações, segundo a fonte.

Inadimplência

A CCEE deve divulgar o resultado da liquidação no mercado de curto prazo de energia de janeiro ainda na semana que vem, logo após a liquidação, e Barata não acredita que deverá haver grande inadimplência, apesar do preço alto de energia no curto prazo.

Em janeiro, o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD) médio para a região Sudeste foi de 378,22 reais por megawatt-hora (MWh), sendo que na última semana daquele mês, o PLD chegou ao teto regulatório para o ano em 822,83 reais por MWh. Diante desse alto preço, agentes de mercado temem que possa haver aumento da inadimplência no mercado de curto prazo.

Mas Barata disse que a inadimplência não deverá "explodir" em janeiro. "Não deverá passar de 5 por cento."

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