Economia

Cazaquistão propõe deixar uso do dólar no comércio regional

Primeiro-ministro do país defendeu a criação de um mecanismo de financiamento de projetos regionais, especialmente no campo das infraestruturas


	Dólar: governo do Cazaquistão propôs a substituição da moeda americana nas transações comerciais da região
 (Bay Ismoyo/AFP)

Dólar: governo do Cazaquistão propôs a substituição da moeda americana nas transações comerciais da região (Bay Ismoyo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2014 às 13h51.

Moscou - O Cazaquistão propôs aos países-membros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), entre eles Rússia e China, para que usem as divisas nacionais ao invés do dólar no comércio regional.

"Consideramos factível passar às trocas comerciais em moedas estrangeiras nacionais. A prática que temos no plano bilateral pode ser aplicada dentro da organização", disse o primeiro-ministro cazaque, Karim Masimov, segundo a agência russa "Interfax".

Masimov, que fez essas declarações durante a reunião de chefes do governo da SCO em Astana, capital cazaque, destacou a importância de iniciar projetos conjuntos para demonstrar a eficácia da organização.

Ele defendeu a criação de um mecanismo de financiamento de projetos regionais, especialmente no campo das infraestruturas, aspecto crucial para iniciar o novo corredor comercial e de transporte proposto pela China.

O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, afirmou por sua vez que é urgente criar uma entidade ou banco que se encarregue de financiar os projetos da organização, seja no plano econômico, tecnológico ou humanitário, e pediu que seja estabelecida uma cooperação entre a SCO e a União Econômica Eurasiática, liderada pela Rússia, e que entrará em vigor no dia 1º de janeiro.

Com vistas à presidência russa da organização em 2015, Medvedev antecipou que Moscou se propõe a aumentar o número de projetos conjuntos, em linha com seu plano de reorientar parte de sua economia à Ásia, após as sanções econômicas ocidentais.

O primeiro-ministro chinês, Li Kequiang, declarou que a China está disposta a oferecer ajuda financeira aos países que pedirem "em um esforço dirigido a resistir a recessão econômica".

Além dos Estados-membros (Rússia, China, Cazaquistão, Uzbequistão, Tadjiquistão e Quirguistão), também participaram da reunião em Astana representantes dos países observadores (Irã, Afeganistão, Mongólia, Paquistão e a Índia).

O Cazaquistão já definiu no domingo com Li uma primeira linha de transferência em moeda estrangeira nacional no valor de 7 bilhões de iuanes (pouco mais de US$ 1 bilhão).

Em setembro, Li fez o mesmo depois de se reunir em Moscou com Medvedev, com a abertura de uma linha no valor de US$ 25 bilhões.

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