Ilustração sobre erros de inteligência artificial, feita por um sistema de criação de imagens que usa IA (Designer/Microsoft)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 12 de junho de 2024 às 10h00.
Última atualização em 12 de junho de 2024 às 10h36.
As catástrofes naturais e as possíveis falhas geradas pela inteligência artificial (IA) são os riscos emergentes de maior impacto para o setor de seguros, aponta o relatório Sonar 2024, do Swiss Re Institute, ligado à seguradora Swiss Re.
O material, obtido de forma antecipada pela EXAME, aponta quais são os principais riscos emergentes que podem gerar prejuízos para as empresas de seguros neste ano.
"Vivemos em uma era de poli-crises, em um ambiente caracterizado por temperaturas recordes, eventos extremos do clima, guerra, terrorismo, descontentamento social, além de aumento do custo de vida. Uma crise alimenta a outra, em uma cadeia de grande incerteza e riscos acumulados", diz Patrick Raaflaub, chefe do grupo de risco da Swiss Re, que atua no setor de seguros e resseguros em 29 países.
O risco mais alto no ranking são as catástrofes naturais e seus efeitos.
Enchentes, incêndios florestais e outras situações similares podem gerar danos prolongados, como longos períodos sem energia elétrica, capaz de paralisar negócios por longos períodos.
A tragédia ocorrida no Rio Grande do Sul é um exemplo claro disso: levou semanas para que a água baixasse, e só a recuperação do aeroporto de Porto Alegre levará meses. As seguradoras irão pagar, no mínimo, R$ 1,6 bilhão em indenizações no estado, segundo estimativa da Confederação Nacional de Seguros (CNSeg).
O impacto e os benefícios da IA já podem ser sentidos em diversos negócios. O documento destaca que a tecnologia tem mudado a forma como as companhias operam e que irá revolucionar ainda mais os negócios em nível global, com soluções como serviços mais personalisados, automação de processos e detecções de fraudes.
No entanto, o relatório da Swiss Re avalia alguns riscos, como falhas de sistemas baseados na tecnologia que podem paralisar negócios, profissionais que acusem a IA de dar conselhos errados, sistemas de contratação que usem IA e podem tomar decisões tendenciosas e violações de direitos autorais que podem gerar processos com indenizações elevadas. Ao mesmo tempo, as apólices atuais podem não cobrir de forma adequada os possíveis riscos futuros na área.
"O uso de IA pode disparar queixas em várias linhas de negócios. Seguradoras precisarão desenvolver um entendimento dos efeitos desejados e indesejados, e desenhar produtos para mitigar os riscos", diz o relatório.
Veja abaixo a lista de riscos altos e médios, segundo o estudo Swiss Re Sonar 2024.