Economia

Catalunha cobra de Madri medidas para ajudar as regiões

Presidente da Catalunha defendeu que o governo espanhol crie os meios necessários para garantir que as regiões autônomas consigam se financiar

Mariano Rajoy, premiê espanhol, responsabilizou as regiões autônomas pelo aumento do déficit (Pierre-Philippe Marcou/AFP)

Mariano Rajoy, premiê espanhol, responsabilizou as regiões autônomas pelo aumento do déficit (Pierre-Philippe Marcou/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2012 às 12h17.

Madri - O presidente catalão, Artur Mas, afirmou nesta quinta-feira que o governo espanhol deveria dar às comunidades autônomas os meios necessários para financiar suas atividades sociais e econômicas, ao invés de culpá-las por "todos os males" econômicos do país.

"É preciso considerar os governos autônomos como parte substancial do Estado e não como alunos desfavorecidos que se dedicam a acabar com tudo por não terem consciência de nada", afirmou Mas durante um encontro com empresários e jornalistas.

Essas declarações foram feitas depois de o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, ter responsabilizado as regiões pelo aumento do déficit em 2011 e de o ministro da Fazenda, Cristóbal Montoro, ter ameaçado sancionar as regiões que ultrapassarem suas metas.

Com participações exclusivas em setores chaves como Saúde e Educação, os governos das 17 regiões, fortemente endividados desde o início da crise em 2008, acumularam um déficit de 2,7% do PIB ao final de 2011, mais que o dobro da meta fixada, segundo Madri.

Para Mas estas acusações são "uma enorme deslealdade" já que o governo central não dá aos regionais os meios para financiar suas áreas de atuação.

"Tem funcionado assim na Espanha: eu legislo, marco as bases do Estado do bem-estar, abro os direitos, passo às regiões autônomas a responsabilidade de executar tudo isso, não lhes dou o dinheiro necessário para tanto e depois se os orçamentos saem do previsto digo a elas que são culpadas por todos os males", disse.

A Catalunha, que apresentou um déficit fiscal anual equivalente a 8-9% do PIB, planeja iniciar este ano um pacto fiscal com o governo de Rajoy que lhe permita autogerir sua carga tributária.

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