Economia

Casamento de Meghan e Harry é máquina de fazer dinheiro

É difícil imaginar um momento em que a família real tenha estado tão popular ou reabilitada, e as vozes que questionam seu custo se calaram

Príncipe Harry e Meghan Markle (Toby Melville/Reuters)

Príncipe Harry e Meghan Markle (Toby Melville/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 16 de maio de 2018 às 15h09.

Ao abandonar Hollywood para se casar com um príncipe, Meghan Markle está abrindo mão de uma carreira de sucesso para entrar no negócio de fazer parte da realeza britânica.

E esta é uma grande máquina de fazer dinheiro - embora muitas vezes coloque à prova os limites do bom gosto e fuja do controle da monarquia.

Para comemorar o casamento do príncipe Harry com sua noiva americana neste sábado, os fãs podem comprar colheres de pau, roupas de banho e até preservativos com o rosto do casal.

Este mar de mercadorias bregas é apenas um indicador do quanto a monarquia britânica impulsiona a economia. Quase 5 milhões de pessoas foram ver no ano passado o Palácio de Buckingham, a residência da Rainha Elizabeth em Londres, e o turismo real está estimado em US$ 747 milhões por ano.

As lojas também devem ganhar um impulso de 120 milhões de libras (US$ 162 milhões) porque os britânicos vão esbanjar em memorabilia, além de organizar festas de rua e churrascos, segundo o Centro de Pesquisa sobre Varejo.

O casamento de Harry, sexto na fila do trono, com Meghan, uma divorciada de raça mista, é um divisor de águas na história da instituição. Os analistas políticos se debruçam sobre esse bastião da tradição e sua capacidade de se renovar.

Os veículos de comunicação da cultura pop estabelecem comparações com Grace Kelly, que também abandonou o show business para se casar com um príncipe, e Wallis Simpson, uma socialite americana cujo segundo casamento com Eduardo VIII desencadeou sua abdicação.

A família real britânica sofreu seus altos e baixos recentes. Os anos 1990 foram um ponto baixo, com a morte, em 1997, da princesa Diana, a tão amada mãe de Harry, cujo carro bateu quando ela estava sendo perseguida por paparazzi. A rainha foi obrigada a fazer uma declaração pública sobre sua ex-nora, enquanto os jornais e a televisão debatiam o futuro da monarquia.

Mais de duas décadas depois, é difícil imaginar um momento em que a família real tenha estado tão popular, ou reabilitada, com programas premiados como “The Crown”.

As vozes que questionam se a monarquia é um custo que vale a pena manter se calaram. A rainha Elizabeth, de 92 anos, recebe renda através de uma corporação imobiliária chamada The Crown Estate, que dá seus lucros - mais de 2,6 bilhões de libras ao longo da última década - ao governo.

Em troca, a família real recebe um subsídio anual de 15 por cento dos lucros. Isso equivaleu a 42,8 milhões de libras nas últimas contas disponíveis. A própria Elizabeth tem um patrimônio líquido de US$ 420 milhões. A Casa Real estima que a família custe a cada pessoa no Reino Unido 65 pence por ano em impostos.

A mais recente fofoca ou imagem da família real vende tabloides e impulsiona o tráfego on-line no Reino Unido, e o frenesi da imprensa em torno do mais novo casal real não é diferente - incluindo suas potenciais armadilhas.

Faltando menos de uma semana para o grande dia, The Sun e outros relataram que Thomas Markle não levará a filha até o altar depois que ele admitiu ter encenado fotos de paparazzi.

Em resposta, o palácio fez um apelo: “Este é um momento profundamente pessoal para a Srta. Markle nos dias que antecedem seu casamento. Ela e o príncipe Harry pedem novamente que compreensão e respeito sejam estendidos ao Sr. Markle nesta situação difícil.”

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