Economia

Após vídeo de Bolsonaro, Agricultura diz que não há desabastecimento

"Felizmente, mesmo dentro desse clima de anormalidade, o abastecimento está razoavelmente tranquilo", disse Tereza Cristina

Alimentos: na coletiva, a ministra foi questionada sobre o vídeo e respondeu que "a gravação foi feita enquanto a Ceasa era higienizada" (Pedro Vilela/Getty Images)

Alimentos: na coletiva, a ministra foi questionada sobre o vídeo e respondeu que "a gravação foi feita enquanto a Ceasa era higienizada" (Pedro Vilela/Getty Images)

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Clara Cerioni

Publicado em 1 de abril de 2020 às 17h12.

Última atualização em 2 de abril de 2020 às 02h59.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta quarta-feira, 1º, que o país não registra desabastecimento nem de produção nem de distribuição de alimentos por causa do avanço do coronavírus. "Felizmente, mesmo dentro desse clima de anormalidade, o abastecimento está razoavelmente tranquilo", disse a chefe da pasta.

A fala da ministra adotou um tom tranquilizador sobre a oferta de alimentos, no mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro fez uma publicação, que posteriormente foi apagada, com um vídeo de autoria desconhecida no qual um homem reclama de desabastecimento em Belo Horizonte.

A veracidade da informação foi questionada por diversos veículos de comunicação. Uma reportagem da rádio CBN foi à Ceasa de Belo Horizonte logo cedo e mostrou o entreposto lotado de produtores e produtos. Segundo a reportagem, o vídeo distribuído pelo presidente teria sido feito por uma pessoa que trabalha na Ceasa num sábado à tarde, quando o entreposto fica normalmente vazio em qualquer época do ano.

Na coletiva, a ministra foi questionada sobre o vídeo e respondeu que "a gravação foi feita enquanto a Ceasa era higienizada."

Perguntada sobre registro de alta no preço dos alimentos, a ministra afirmou que pode acontecer aumento uma vez que "há algumas dificuldades dos caminhoneiros que pedem por restaurantes e alimentação para que possam fazer seu trabalho."

Ela explicou que montou um gabinete de acompanhamento para fiscalizar se as altas são justificáveis ou abusivas.

A ministra sinalizou, ainda, que o governo tem procurado alternativas para facilitar o escoamento da produção de leite do país. Como este setor é extremamente pulverizado, acaba sendo prejudicado por causa das dificuldades logísticas, decorrentes das paralisações causadas pela pandemia do coronavírus.

"Temos preocupação com o pessoal do leite. Temos mais de 1 milhão de pequenos produtores, e eles estão muito ansiosos", disse Cristina.

Auxílio de R$ 600

O ministro da Casa Civil, Braga Netto, confirmou que Bolsonaro vai sancionar ainda hoje o auxílio emergencial de 600 reais para trabalhadores informais, intermitentes inativos e microempreendedores individuais.

A medida foi aprovada pelo Senado na segunda-feira, 30. Desde então, o governo vem sendo cobrado para dar mais agilidade na aprovação das medidas de suporte aos mais vulneráveis em meio ao isolamento social que fechou o comércio não essencial e reduziu drasticamente a circulação de pessoas nas ruas.

Até agora, o Brasil tem 6.836 casos confirmados do novo coronavírus e pelo menos 240 mortes, segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde.

Ainda não há informações oficiais sobre a operacionalização da distribuição do auxílio, mas o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, já antecipou que Banco do Brasil, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste, Correios, Caixa e agências lotéricas farão os pagamentos. O sistema para os saques está em desenvolvimento.

Para quem se encaixar nas regras (leia mais aqui), o repasse-base será de 600 reais. No caso de mulheres provedoras de família, a cota será dobrada e chegará a 1.200 reais.

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