Economia

Cartão de crédito elevou endividamento de famílias, diz CNC

A continuidade da ampliação dos financiamentos imobiliários é outro fator que pode estar por trás do aumento, segundo a confederação


	Cartões de crédito: o principal tipo de dívida foi o cartão de crédito, citado por 75,2% das famílias na média de 2013
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Cartões de crédito: o principal tipo de dívida foi o cartão de crédito, citado por 75,2% das famílias na média de 2013 (Marcos Santos/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 13h01.

Rio - Apesar da desaceleração no crescimento do crédito em 2013, o maior acesso a cartões de crédito e a continuidade da ampliação dos financiamentos imobiliários estão por trás do aumento no número médio de famílias endividadas, apontado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Segundo o estudo Perfil do Endividamento das Famílias Brasileiras em 2013, divulgado nesta quinta-feira, 9, o número de famílias endividadas cresceu 7,5% de 2012 para 2013: 9,1 milhões de famílias declararam ter dívidas, ante 8,5 milhões no ano anterior.

Como a inadimplência média se manteve estável de 2012 para 2013 e houve uma melhora no perfil das dívidas, o crescimento do endividamento não pode ser considerado negativo, segundo Marianne Hanson, economista da CNC.

"O número de contas em atraso ficou estável e as famílias estão mais otimistas em relação à sua capacidade de pagar as contas em atraso", disse.

O número médio de famílias com contas em atraso em 2013 ficou em 3,043 milhões, alta de apenas 0,1%. Segundo o estudo da CNC, 21,2% da média total de famílias entrevistas ano passado declarou ter alguma conta em atraso. Mas o número médio de famílias que declararam não ter condições de pagar as contas atrasadas recuou 1,6%.

Sobre o perfil das dívidas, prazo médio maior, menor comprometimento da renda e mudanças na composição dos tipos de endividamento apontam para um cenário melhor nos últimos anos, ressaltou Marianne.


De 2012 para 2013, o prazo médio das dívidas passou de 6,53 meses para 6,74 meses, enquanto a parcela média da renda comprometida com dívidas caiu de 30,0% para 29,4%.

Segundo a economista da CNC, a ampliação dos prazos permitiu a queda no comprometimento da renda, apesar da elevação do custo das dívidas com os aumentos de juros.

"Embora, nos últimos meses, já tenhamos visto aumento do comprometimento", ponderou Marianne.

Na composição dos tipos de dívida, a economista chama atenção para o crescimento do crédito imobiliário e para a compra de veículos. O financiamento de casa foi citado como dívida por 6,1% das famílias em 2013. Em 2012, estava em 4,5% e, em 2010, ficou em apenas 3,2%.

O principal tipo de dívida foi o cartão de crédito, citado por 75,2% das famílias na média de 2013 (ante 73,6% em 2012). Segundo Marianne, esse avanço tem a ver com o maior acesso da população a serviços bancários (em 2010, 70,9% das famílias declaravam ter esse tipo de dívida).

A pesquisa não mede se a família está no crédito rotativo - mesmo quem paga a fatura do cartão em dia pode ser considerada endividada.

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