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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h23.
Apesar de o governo insistir que os brasileiros não estão pagando mais impostos, a carga tributária encerrou o primeiro semestre correspondendo a 38,11% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado significa um crescimento de 1,2 ponto percentual em relação aos 36,91% de igual período do ano passado. Em valores absolutos, os brasileiros pagaram um total de 311,28 bilhões de reais em impostos e taxas entre janeiro e junho. No primeiro semestre de 2003, o desembolso foi de 267,05 bilhões do período comparado.
Os dados são da pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) e foram divulgados nesta terça-feira (5/10). Os tributos recolhidos pela Receita Federal responderam pela maior parcela de aumento da arrecadação geral. Em conjunto, eles contribuíram com 0,43 ponto percentual do 1,2 ponto percentual de elevação da carga tributária. Já a Previdência respondeu por outro 0,35 ponto percentual, seguida pelos tributos estaduais (0,22 pp), e os municipais (0,20 pp) (leia ainda reportagem de EXAME sobre o aumento da carga tributária brasileira).
Desde que o governo federal anunciou mudanças na forma de cálculo da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), eliminando a cobrança cumulativa, mas aumentando, em contrapartida, a alíquota de 3% para 7,6% na ponta final da cadeia produtiva, esse tributo tem liderado o aumento da arrecadação. No primeiro semestre, a Cofins apresentou crescimento real de 21,35%.
O reflexo do aumento da carga tributária é que os brasileiros estão pagando mais impostos per capita. Na comparação entre os seis primeiros meses de 2003 e 2004, a carga tributária per capita subiu 14%, passando de 1 518,67 reais para 1 725,55 reais. Segundo o IBPT, se o ritmo de expansão se mantiver até dezembro, cada brasileiro deverá pagar um total de 3 589,14 reais em tributos neste ano, contra 3 092,47 no ano passado.