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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
São Paulo - O presidente da Eletrobrás, José Muniz Lopes, afirmou hoje que a capitalização da companhia não deve acontecer em 2010. "Não é algo que precisamos no momento. Essa é uma decisão que será tomada no próximo governo", disse o executivo, em evento realizado na capital paulista.
A capitalização da Eletrobrás estava sendo discutida por membros do governo para viabilizar o pagamento dos dividendos retidos entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980. No início deste ano, porém, a estatal decidiu pagar a dívida, que superava a casa dos R$ 10 bilhões, em parcelas anuais, durante quatro anos. Apesar disso, a capitalização continuou em pauta, para suportar os investimentos da companhia.
Plano estratégico
O presidente da Eletrobrás afirmou que a estatal irá apresentar no dia 22 de março (próxima segunda-feira) o seu plano estratégico até o ano de 2020. Segundo o executivo, esse plano terá caráter qualitativo. "Vamos apresentar nossa visão, missão, o funcionamento estratégico e o nosso compromisso com os acionistas e com o governo", afirmou Muniz.
O executivo, no entanto, disse que esse plano estratégico não apresentará valores sobre os investimentos da Eletrobrás no período. Essas informações irão constar do plano de negócios que a companhia divulgará em junho. "Esse documento irá quantificar o nosso plano estratégico", disse. Muniz revelou que uma das metas do grupo Eletrobrás até 2020 é alcançar o status de maior geradora de energia limpa do mundo. "Hoje somos a terceira, atrás da Hydro Québec e da EDF", complementou.
O anúncio do novo plano estratégico no dia 22 fará parte da cerimônia de anúncio da nova logomarca e do novo slogan da Eletrobrás. "Antes a Eletrobrás tinha 16 empresas isoladas; a partir de agora, todos terão a mesma logomarca e a mesma simbologia", afirmou.
Para 2010, a meta de investimento da Eletrobrás é de R$ 9 bilhões, superior aos R$ 5,4 bilhões investidos em 2009. Para o período 2011-2012, a expectativa é que os investimentos somem R$ 15 bilhões. Muniz comentou, porém, que esses valores podem ser mais elevados, uma vez que não consideram investimentos como o projeto da hidrelétrica de Belo Monte e os empreendimentos de energia eólica que venceram o leilão de 2009.