Economia

"Canário na mina de carvão" canta más notícias para economia

O primeiro dado a ser revelado entre as grandes economias veio desastroso, um prenúncio de maus augúrios para 2016

"Canário na mina de carvão" é uma expressão usada como apelido para os dados de exportações sul-coreanas (Haplochromis / Wikimedia Commons)

"Canário na mina de carvão" é uma expressão usada como apelido para os dados de exportações sul-coreanas (Haplochromis / Wikimedia Commons)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 5 de janeiro de 2016 às 11h34.

São Paulo - As exportações da Coreia do Sul caíram 13,8% em dezembro em relação ao mesmo período do ano passado, divulgou ontem o governo do país.

Além de ser o 12º mês consecutivo de dados negativos, a queda foi mais forte do que os 4,8% registrados em novembro e do que o 11,7% negativo esperado pelos economistas ouvidos pela Bloomberg.

No balanço de 2015, a queda das exportações do país ficou em 7,9% - a primeira contração em 3 anos e a pior taxa desde 2009, no auge da crise financeira global.

Os economistas olham de perto este dado porque ele é o primeiro número concreto a ser revelado entre as grandes economias. Por isso, foi apelidado pelo Goldman Sachs e pelo UBS de "canário na mina de carvão".

É uma referência a uma tática usada pelos mineiros para monitorar o nível de gases tóxicos debaixo da terra. O canário era o primeiro a morrer, indicando que chegava a hora de fugir.

A economia da Coreia do Sul é bastante aberta e dependente da China e do Japão, segunda e a terceira maiores economias do mundo, respectivamente.

Sozinha, a economia chinesa absorve um quarto das exportações sul-coreanas e este fluxo caiu 5,6% em 2015 na comparação com 2014.

Como a China é central para a demanda global mas seus dados estão envoltos em incertezas (inclusive estatísticas), os analistas ficam de olho em qualquer pista sobre sua saúde econômica (e elas não tem sido promissoras).

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