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Campos Neto volta a defender 'choque fiscal positivo' para que Brasil tenha juros mais baixos

Segundo o presidente do BC, é preciso mudar a desconfiança do mercado em relação à trajetória fiscal

Segundo presidente do BC, é preciso mudar a desconfiança do mercado em relação à trajetória fiscal (Lula Marques/Agência Brasil)

Segundo presidente do BC, é preciso mudar a desconfiança do mercado em relação à trajetória fiscal (Lula Marques/Agência Brasil)

Agência o Globo
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Publicado em 28 de outubro de 2024 às 15h13.

Última atualização em 28 de outubro de 2024 às 15h19.

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a defender um conjunto de medidas que possam ser entendidas como um choque fiscal positivo, a fim de que o Brasil consiga manter juros estruturalmente mais baixos.

Necessidade de mudança nas expectativas fiscais

Em uma reunião com investidores organizada pelo Deutsche Bank, em Londres, Campos Neto ressaltou a necessidade de um “choque fiscal positivo” para ganhar a confiança do mercado financeiro, que atualmente está cético quanto à trajetória fiscal do país.

“Se tivermos um choque fiscal muito grande, provavelmente conseguiremos sair com taxas mais baixas”, afirmou o presidente do BC.

“Como esse processo vai acontecer eu não sei, e seria muito difícil dar um passo a passo do que eu acho que vai acontecer, mas precisa ser algo que produza uma mudança de expectativa grande o suficiente para reverter a previsão de inflação e que impactasse nossa reação de forma positiva”, completou Campos Neto.

Impacto da confiança na política fiscal

Campos Neto tem enfatizado a importância de um choque fiscal positivo nas últimas semanas. De acordo com ele, a falta de confiança na política fiscal do governo é um obstáculo para que a inflação convirja para a meta estabelecida.

“Isso é muito importante para nós, no BC, para sermos capazes de diminuir os juros de forma sustentável. Nossa missão é atingir a meta de inflação, e é desafiador fazer isso quando existe a percepção de que o fiscal está desancorado”, destacou Campos Neto em um evento na semana passada em São Paulo.

Discussões sobre o arcabouço fiscal

O governo, representado pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, está enfrentando a desconfiança do mercado em relação à capacidade de seu arcabouço fiscal de atingir as metas propostas. Após reuniões em Washington com o Banco Mundial, FMI e G20, os ministros voltaram a Brasília para retomar as discussões sobre cortes de gastos.

Haddad tem defendido o fortalecimento do arcabouço fiscal, argumentando que este é um componente estrutural necessário, diferente de medidas temporárias como bloqueios e contingenciamentos.

“Trabalhamos com questões estruturais, e o arcabouço fiscal é uma delas. O reforço do arcabouço é diferente de medidas momentâneas para assegurar o respeito à lei aprovada pelo governo”, disse Haddad em conversa com jornalistas em Washington.

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