Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (Patricia Monteiro/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 5 de abril de 2023 às 09h58.
Última atualização em 5 de abril de 2023 às 12h54.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de almoço com empresários promovido pela Esfera Brasil e com transmissão da EXAME nesta quarta-feira, 5, em São Paulo, ao meio-dia.
Será um dos primeiros encontros de Campos Neto com o mercado depois da apresentação do arcabouço fiscal pelo governo e da decisão do BC de manter a taxa de juros.
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Mais cedo, em evento do Bradesco, Campos Neto elogiou o arcabouço fiscal anunciado pelo Ministério da Fazenda na semana passada. A sinalização do presidente do BC era aguardada pelo mercado.
Segundo ele, a avaliação é "super positiva". "É importante delinear alguns limites. Não existe relação mecânica entre fiscal e taxa de juros na forma como é colocada. O importante para a gente é atuar dentro do sistema de metas e como as medidas anunciadas afetam o canal de expectativas", disse Campos Neto.
"Outro ponto importante é reconhecer o esforço que o ministro Haddad tem feito. O que foi anunciado até agora elimina o risco de cauda para aqueles que achavam a dívida poderia ter trajetória mais explosiva", disse o presidente do BC.
Veja também: Haddad diz que receita precisa aumentar entre R$ 110 e 150 bi para atingir metas do arcabouço
Segundo ele, há ansiedade em relação à parte das receitas, e que será necessário avaliar como se dará o andamento no Congresso. E frisou alguma ansiedade com as despesas obrigatórias. "Acho que isso deveria ser cobrado com mais parcimônia. Fazendo uma análise do passado, é bastante difícil cortar despesa obrigatória. Tivemos cortes conjunturais mas que acabam retornando", afirmou.
Em entrevista ao Estadão mais cedo, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, desmentiu que o novo arcabouço fiscal seria uma "licença para gastar" - em referência ao argumento de que o crescimento da despesa será sempre menor do que o da receita e estará sujeito a um teto (2 5% ao ano acima da inflação).
Ceron afirmou que o desenho da regra proporciona um ajuste nas contas públicas mesmo que o governo não atinja o aumento de arrecadação almejado, de R$ 150 bilhões.
Ele antecipou que as medidas tributárias devem render aos cofres públicos pelo menos R$ 50 bilhões ainda neste ano.