Roberto Campos Neto: presidente do Banco Central falou sobre a estrutura de órgãos de inteligência financeira em outros países (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de novembro de 2019 às 15h29.
Brasília — O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou nesta quarta-feira, 6, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) pode não ficar dentro da estrutura da instituição para sempre. O Coaf foi recentemente, por meio de medida provisória, transferido do Ministério da Economia para o BC.
"Não há ideia de ter o Coaf embaixo do BC para sempre", afirmou Campos Neto, durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação. "Em alguns países há modelo que deixa o Coaf independente. Acho este modelo bom", afirmou.
Ele acrescentou que, em outros países, o equivalente ao Coaf fica sob a estrutura da autoridade monetária. "No banco da Itália, o Coaf está embaixo do banco central", exemplificou.
Campos Neto defendeu ainda que a transferência do Coaf para o BC cumpre o objetivo de isolá-lo de influências políticas. "O BC não quer absorver o Coaf. Nós vinculamos o Coaf", pontuou Campos Neto, lembrando que o Coaf também é um colegiado, formado por vários servidores.