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Campos Neto defende reformas para baixar juros

Presidente do Banco Central mencionou discussões no governo

Campos Neto: presidente do Banco Central defende reformas para reduzir juros de forma sustentável (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

Campos Neto: presidente do Banco Central defende reformas para reduzir juros de forma sustentável (Pedro França/Agência Senado/Flickr)

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Agência o Globo
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Publicado em 21 de outubro de 2024 às 14h52.

Última atualização em 21 de outubro de 2024 às 14h59.

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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira, 21, que para reduzir os juros de maneira sustentável é necessário implementar medidas estruturais, mencionando discussões em andamento no governo. Campos Neto participou de um evento da Investment Association, em São Paulo, e ressaltou que o país conseguiu manter taxas mais baixas em períodos de maior confiança no cenário fiscal.

Impacto das reformas no cenário econômico

“Hoje li as notícias, e não sei se é oficial ou não, mas estão falando de reformas administrativas, e existe a expectativa de que, depois das eleições, veremos algumas medidas. Isso é muito importante para nós do Banco Central podermos ter menores taxas de juro de forma sustentável”, destacou Campos Neto.

O presidente do BC também comentou que, embora a inflação no Brasil esteja convergindo, o processo estagnou recentemente. Segundo ele, o país começa a observar sinais de desancoragem, influenciados pelo setor de serviços e por um mercado de trabalho mais apertado.

PIB em alta e preocupações fiscais

Campos Neto também trouxe boas notícias sobre o crescimento econômico do Brasil, com o PIB superando as expectativas do mercado. Ele atribuiu parte desse avanço a reformas estruturais feitas nos últimos cinco a dez anos, como a Reforma Administrativa e a Lei de Liberdade Econômica.

Contudo, ele alertou para o aumento dos gastos públicos, que seria uma preocupação. “O crescimento vem surpreendendo. Parte dessas boas notícias são estruturais, considerando as reformas realizadas nos últimos cinco a dez anos. [...] Obviamente, há preocupação de que parte desse crescimento seja fiscal, mas há também elementos estruturais”, disse ele.

Preocupações internacionais

Campos Neto também mencionou fatores internacionais que podem afetar o cenário doméstico, como as eleições nos Estados Unidos, que podem pressionar a inflação pela falta de uma discussão sobre controle de gastos. Além disso, ele destacou as medidas protecionistas presentes nos programas dos candidatos americanos.

Outro ponto levantado por Campos Neto foi a queda na taxa de fertilidade na China, o que pode impactar a dinâmica econômica global. Ele observou que a economia chinesa está mudando de um modelo focado no consumo interno para um foco maior em exportações, especialmente de carros elétricos.

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