Economia

Campos Neto afirma que Copom deve cortar juros em 0,5 pp nas próximas duas reuniões

Presidente do BC sinalizou que as reduções serão feitas nas reuniões do colegiado marcadas para janeiro e março

Roberto Campos Neto: presidente do BC avalia que o ritmo de queda de juros é o apropriado (Lula Marques/Agência Brasil)

Roberto Campos Neto: presidente do BC avalia que o ritmo de queda de juros é o apropriado (Lula Marques/Agência Brasil)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 21 de dezembro de 2023 às 13h17.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira, 21, que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve reduzir os juros em 0,5 ponto percentual nas reuniões de janeiro e março de 2024. Com isso, a Selic deve cair para 10,75% ao ano.

A mensagem de Campos Neto é um reforço aos apontamentos feitos no comunicado e na ata da úlitma reunião do Copom, que reduziu os juros para 11,75% ao ano.

"Neste momento entendemos que a linguagem do Copom não é amarrada. Entendemos que 'próximas duas reuniões' é compatível com as incertezas", disse.

Ritmo apropriado

O presidente do BC também afirmou que a inflação corrente tem demonstrado melhora, enquanto a ociosidade da economia ficou estável e as expectativas permanecem desancoradas. Apesar disso, ele disse que há uma melhora na inflação de serviços.

"Olhando o conjunto, a gente entende que o ritmo de queda (da Selic) é apropriado", afirmou.

Núcleos de inflação

Também presente na coletiva, o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, afirmou que os núcleos de inflação ainda estão em níveis mais elevados do que no período pré-pandemia.

Segundo ele, o Copom avaliou que o cenário externo está em situação menos adversa e volátil e do que na reunião anterior e que há sinais incipientes de desinflação.

"É interessante ver o processo acontecendo, a volta da desinflação. Isso reforça argumento de desinflação em dois estágios, puxada pelos voláteis, administrados, e entrando no segundo estágio como os núcleos, como caracterizado no Brasil, ainda rodando em níveis mais elevados do que no pré-pandemia", disse.

Acompanhe tudo sobre:JurosSelicInflaçãoRoberto Campos NetoBanco Central

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE