Economia

Cameron se irrita com ministros que votariam por saída da UE

Os ministros da Defesa e Educação, Philip Hammond e Michael Gove, apoiaram a ideia de abandonar a UE, o que desagradou o premiê do Reino Unido


	Cameron: ele disse que os ministros estão tentando "jogar a toalha" antes da hora
 (REUTERS/Stefan Rousseau/pool)

Cameron: ele disse que os ministros estão tentando "jogar a toalha" antes da hora (REUTERS/Stefan Rousseau/pool)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2013 às 12h28.

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, o conservador David Cameron, expressou nesta segunda-feira sua irritação com dois de seus ministros por declararem que votariam por deixar a União Europeia (UE) se houvesse um referendo, em meio a disputas "tories" cada vez maior sobre a Europa.

Durante sua viagem a Washington para se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, o primeiro-ministro do Reino Unido fez declarações pelas visíveis divergências entre os tories sobre a União Europeia, após o apoio dos ministros da Defesa e Educação, Philip Hammond e Michael Gove, a abandonar a UE.

Ao ser perguntado sobre em quê votaria se houvesse um referendo sobre a UE agora e se havia perdido o controle do partido conservador, o primeiro-ministro disse hoje, visivelmente irritado, que era uma pergunta "hipotética".

"Não haverá um referendo amanhã, portanto é uma pergunta hipotética", respondeu Cameron aos jornalistas britânicos.

Além disso, o primeiro-ministro reprovou ex-ministros "tories" como Nigel Lawson e Michael Portillo por querer sair da UE antes de dar uma oportunidade às negociações sobre a reforma do grupo, e disse que eles estão tentando "jogar a toalha" antes da hora.

Cameron reiterou sua determinação em renegociar a relação do Reino Unido com a UE antes de convocar uma consulta, prevista para 2017, se os conservadores ganharem as eleições gerais previstas para 2015.

"O que importa é garantir que estamos fazendo tudo que podemos para reformar a UE, torná-la mais flexível, mais aberta, mais competitiva e melhorar a relação do Reino Unido com a UE, mudar essas relações para que, quando tivermos esse referendo antes do final de 2017, demos ao povo britânico uma oportunidade real, uma eleição", declarou o primeiro-ministro.

A disputa tory sobre a UE aumentou hoje com o apoio do prefeito de Londres, Boris Johnson, a uma lei sobre o tão debatido referendo sobre a pertinência do Reino Unido à União.


A decisão do governo de não mencionar a consulta no programa legislativo que preparou para o novo curso parlamentar provocou o mal-estar dos eurocéticos.

Por isso, vários deputados "tories" pediram ao presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, que aceite uma moção na qual manifestam seu descontentamento com a situação.

Se a moção for aceita, a votação se realizará nesta quarta-feira, embora seja pouco provável que prospere pela rejeição de trabalhistas e liberal democratas, mais favoráveis à Europa.

O prefeito de Londres, figura de peso e em ascensão na frente conservadora, afirmou hoje que apoia o pedido dos deputados em relação à legislação sobre o plebiscito.

"Pessoalmente apoio a legislação agora para assegurar que o referendo irá adiante. Será bom para todos, porque todos nós vamos ter que nos concentrar não na disputa, mas no que é certo para o país", disse Johnson em artigo publicado no jornal conservador "The Daily Telegraph".

O prefeito de Londres acredita que o primeiro-ministro "faz bem" em buscar uma "nova" e "madura" relação com a UE.

No entanto, o deputado conservador e ex-ministro das Relações Exteriores Malcolm Rifkind criticou a proposta de moção e acusou os que a apoiam de "falta de juízo" por colocar o primeiro-ministro em uma situação muito difícil.

A proposta, manifestou, "não vai prosperar", de modo que "o que todos os que a estão apoiando vão conseguir é dividir nosso próprio partido, será questionada a autoridade do primeiro-ministro".

"Não (é) apenas simplesmente estúpido, mas vai contra de todos os instintos políticos de um partido responsável que quer manter o poder depois das eleições gerais", opinou Rifkind. 

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