Economia

Câmbio pressiona inflação no curto prazo, diz Tombini

Tombini salientou para parlamentares que a desvalorização e volatilidade do câmbio ensejam correção "natural e esperada" dos preços relativos da economia


	Alexandre Tombini: ao afirmar que a inflação é um tema caro para o BC, Tombini lembrou que num passado recente a inflação sofreu choques externos não desprezíveis
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Alexandre Tombini: ao afirmar que a inflação é um tema caro para o BC, Tombini lembrou que num passado recente a inflação sofreu choques externos não desprezíveis (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2013 às 16h35.

Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento (CMO) que a inflação brasileira ainda está em patamares desconfortáveis, embora já tenha retomado a tendência de declínio após o pico de alta verificado há alguns meses.

Ele salientou para parlamentares que a desvalorização e volatilidade do câmbio ensejam correção "natural e esperada" dos preços relativos da economia.

"No médio e longo prazos, a correção será favorável; no curto, é fonte de pressão", afirmou. Por isso, de acordo com o presidente, a condução da política monetária vai limitar esse repasse para os índices de preços aos consumidores em um "horizonte relevante".

Ao afirmar que a inflação é um tema caro para o BC, Tombini lembrou que num passado recente a inflação sofreu choques externos não desprezíveis. Além disso, ele lembrou que os preços mostraram uma maior resistência para cair. "Diante desse cenário, o BC começou a agir", disse. Primeiro, de acordo com ele, alterou sua forma de comunicação e, depois, com um ciclo de ajuste da taxa básica de juros desde abril deste ano.

Tombini disse também que o ideal para o País seria o menor nível possível de indexação da economia, mas ponderou que indicadores indexados são um legado do período de inflação alta no Brasil. "Há um estoque de componentes financeiros indexados", definiu. "Precisamos avançar no controle de alta dos preços para no futuro podermos mudar essa indexação da economia", completou.

O presidente do Banco Central avalia que a percepção dos agentes econômicos ainda está mais pessimista do que a realidade revelada pelos números da economia. Ele ressaltou que o crescimento do PIB no segundo trimestre do ano de 1,5% representa um crescimento de "mais de 6%" no ano. "Além disso, a composição do crescimento é promissora", afirmou.

Ele citou uma série de variáveis econômicas, como o nível de emprego em níveis historicamente baixos, a expansão do crédito, o patamar de câmbio hoje mais favorável do que há alguns meses para a produção doméstica e a produção recorde de grãos, entre outros fatores. "O crescimento tem se materializado, ainda que de forma gradual", resumiu.

Tombini comentou, porém, que essa continuidade da expansão da atividade depende do fortalecimento da confiança das famílias e de empresários, que já vem mostrando alguma recuperação recentemente.

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