Economia

Câmbio flutuante atenua choques externos, diz Fazenda

Documento da instituição classifica Brasil como sólida democracia e diz que o país dispõe de amplas oportunidades de investimentos, especialmente infraestrutura


	Moedas: ministério avalia que no período recente observa-se forte deterioração dos termos de troca
 (Bruno Domingos/Reuters)

Moedas: ministério avalia que no período recente observa-se forte deterioração dos termos de troca (Bruno Domingos/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2014 às 15h43.

Brasília - O Ministério da Fazenda divulgou nesta terça-feira, 30, o Boletim Economia Brasileira em Perspectiva, documento em que defende, entre outras coisas, que o câmbio flutuante é importante instrumento para atenuar choques externos.

No mesmo capítulo em que faz essa afirmação, a instituição avalia que no período recente observa-se forte deterioração dos termos de troca.

O documento ainda traz avaliação sobre a conta petróleo. O entendimento é que crescentes investimentos no setor de energia resultarão na autossuficiência do Brasil na produção de petróleo e, em 2017, a expectativa é de superávit de US$ 3,8 bilhões na balança de petróleo e derivados - uma projeção do Credit Suisse citada pela Fazenda no documento.

Nesse mesmo capítulo, a instituição avalia que fundamentos econômicos sólidos fazem o país superar dificuldades conjunturais de curto prazo e ainda colaboram na retomada da trajetória de crescimento de forma sustentável.

Entre os "sólidos fundamentos" a Fazenda cita "inflação sob controle", a despeito da proximidade dela com o limite máximo de tolerância.

Lista ainda entre esses fatores manutenção do CDS em nível baixo; Investimento Estrangeiro Direto (IED) com fluxos consideráveis para o Brasil, mesmo no período de crise; e elevadas reservas internacionais.

A Fazenda ainda destaca o "amplo e diversificado mercado consumidor, com baixas taxas de desemprego e crescimento dos rendimentos reais dos trabalhadores; redução da dívida líquida sobre o PIB e estabilidade da dívida bruta".

O documento ainda classifica o Brasil como sólida democracia e diz que o país dispõe de amplas oportunidades de investimentos, especialmente infraestrutura.

Dívida pública

O boletim também destaca a trajetória da dívida pública.

"A despeito da crise, mantivemos consistente a geração de superávit primário, promovendo assim, contínua redução da dívida líquida e estabilização da dívida bruta", afirma o documento.

Segundo o Ministério da Fazenda, a trajetória da dívida pública mostra o acerto das políticas econômicas adotadas.

Apesar do destaque no documento para o assunto, os dados do Banco Central mostram que a dívida bruta subiu de 56,7% do PIB em dezembro de 2013 para 63% em novembro de 2014.

De acordo com o boletim, o Brasil conseguiu manter sólidos os fundamentos da política fiscal durante a crise, enquanto as condições fiscais de grande parte das economias mundiais se deterioraram.

O texto diz que a responsabilidade fiscal pode ser atestada por resultados primários sólidos.

Apesar do cenário benigno apresentado no documento, a situação fiscal vem se deteriorando nos últimos anos.

Em 2014, o governo abandonou a meta de superávit primário e pode fechar o ano no vermelho apesar da previsão de um superávit primário de R$ 10,1 bilhões.

O documento avalia ainda que houve importante melhora no perfil dos gastos públicos, com crescimento dos orçamentos dos setores mais fundamentais para o crescimento de longo prazo da economia.

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