Economia

Câmbio e energia pressionaram preços da metalurgia em 2014

A atividade registrou a maior alta de preços no ano, de 10,16%

Metalurgia: com o aumento de custos de produção, os produtos da metalurgia também chegaram mais salgados a outros setores da indústria (mady70/Thinkstock)

Metalurgia: com o aumento de custos de produção, os produtos da metalurgia também chegaram mais salgados a outros setores da indústria (mady70/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 12h37.

Rio - A valorização do dólar em relação ao real e a energia elétrica mais cara pressionaram os preços da indústria de metalurgia em 2014, apesar da queda do minério de ferro no mercado internacional, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A atividade registrou a maior alta de preços no ano, de 10,16%, o que resultou também na maior contribuição (0,78 ponto porcentual) para a inflação de 4,42% medida pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) no período.

"O preço do minério está mais barato lá fora, mas fica mais caro aqui. O câmbio fez essa conversão do preço da mercadoria, fazendo com que houvesse ainda um mecanismo de variação positiva aqui", ressaltou Cristiano Santos, técnico da Coordenação de Indústria do IBGE.

Mais caros no País por causa da pressão do câmbio e do aumento de custos de produção, como a energia, os produtos da metalurgia também chegaram mais salgados a outros setores da indústria, onde são usados como insumos.

Diante dos preços mais altos dos produtos metalúrgicos, atividades como veículos e máquinas e equipamentos também aumentaram seus preços no ano, apontou Santos.

"Veículos automotores, máquinas e equipamentos, e máquinas aparelhos e materiais elétricos sofrem influência de insumos que sofrem os efeitos da cadeia de metalurgia", explicou o técnico do IBGE.

A atividade de veículos registrou alta de 6,81% em 2014, enquanto máquinas, aparelhos e materiais elétricos aumentaram 9,73% no ano.

As duas atividades figuraram ainda no ranking de principais contribuições para a inflação medida pelo IPP no ano. Veículos contribuíram com 0,74 ponto porcentual e máquinas e materiais elétricos ajudaram com mais 0,27 ponto porcentual.

Já a fabricação de máquinas e equipamentos registrou aumento de 0,46% nos produtos na porta de fábrica. Também influenciado pela cadeia de metalurgia, o segmento de outros equipamentos de transporte, que inclui navios e aviões, registrou elevação nos preços de 10,09% em 2014.

Arrefecimento

De acordo com o IBGE, os aumentos menores nos preços dos alimentos e de outros produtos químicos ajudaram a arrefecer o ritmo de alta da inflação da indústria da transformação em 2014. O IPP registrou taxa de 4,42% no ano passado, após variações de 5,69% em 2013 e 7,28% em 2012.

As atividades de alimentos e de outros produtos químicos estão entre as quatro mais importantes para a formação do IPP, junto com os segmentos de refino de petróleo e produtos de álcool e de veículos automotores.

Em 2014, os produtos alimentícios subiram 0,83% na porta de fábrica. A variação ficou bem abaixo da média da indústria de transformação no período e ainda foi a menor registrada pelo segmento em toda a série anual da pesquisa, iniciada em 2010.

"O setor de alimentos estava pressionado, com tendência de alta, já há um bom tempo. Esse acúmulo de aumentos ao logo do tempo fez com que ele chegasse em patamares que ficavam difíceis de sustentar", justificou Santos, lembrando que o setor teve impacto também da redução na cotação de produtos no exterior, como derivados de soja.

Já a atividade de outros produtos químicos teve alta de 1,46% no ano de 2014, após aumento de 5,45% em 2013. "O preço da nafta vem caindo muito, acompanhando a cotação do petróleo, e fez com que a química também desaparecesse das quatro principais influências (para a alta do IPP) que vimos nos últimos anos", lembrou Santos.

A nafta é usada como insumo pela atividade de outros produtos químicos para a fabricação de itens como propeno, etileno e polietileno.

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