Aparelhos de ar-condicionado em fachadas (Katharina13/Thinkstock)
Agência de notícias
Publicado em 24 de março de 2025 às 13h55.
Última atualização em 24 de março de 2025 às 14h42.
O consumo de energia no mundo aumentou mais em 2024 do que em toda a década anterior, impulsionado pela eletricidade e pela queda no uso do petróleo, revelou nesta segunda-feira a Agência Internacional de Energia (AIE). A evolução dessa demanda energética foi de +2,2% no ano passado, quase o dobro da média dos dez anos anteriores (1,3%), entre 2013 e 2023, indica a AIE no relatório.
O consumo de eletricidade subiu mais de 4%, o que representa 1.100 terawatts-hora adicionais, equivalentes ao consumo anual do Japão. Esse avanço de 4% é o maior aumento já registrado, excluindo os anos de recuperação após uma recessão.
Pela primeira vez, a participação do petróleo caiu abaixo do limite de 30%, 50 anos depois de ter atingido um pico de 46%.
A AIE considera que esse aumento do consumo elétrico é consequência da crescente demanda por sistemas de refrigeração, devido às temperaturas recordes, mas também das necessidades cada vez maiores da indústria, dos centros de dados e da inteligência artificial, além da eletrificação dos transportes.
"O uso da eletricidade está crescendo rapidamente, a tal ponto que isso foi suficiente para reverter a tendência de anos de queda no consumo de energia nas economias avançadas", comentou o diretor-executivo da AIE, Fatih Birol, no relatório.
De cada cinco automóveis vendidos no mundo, um é elétrico. As vendas de veículos elétricos aumentaram mais de 25% em 2024.
As energias renováveis e a nuclear forneceram 80% da eletricidade adicional consumida em 2024. Juntas, essas duas fontes de energia representam, pela primeira vez, 40% da produção total de eletricidade no mundo.
Entre os combustíveis fósseis, o consumo de gás foi o que mais cresceu em 2024, com um aumento de 115 bilhões de m³ (+2,7%), após um crescimento médio de 75 bilhões de m³ nos dez anos anteriores.
Ainda de acordo com o relatório, foram os países emergentes e em desenvolvimento que impulsionaram 80% do aumento do consumo de energia no mundo, embora o crescimento na China tenha diminuído. Nos países desenvolvidos, o consumo também aumentou (+1%) após anos de queda.