Economia

Caixa prevê alta de 10% do crédito imobiliário em 2022

"Vamos crescer 10% e superar 150 bilhões de reais em concessões", disse Guimarães em entrevista

Em 2021 até setembro, a Caixa concedeu 104 bilhões de reais em empréstimo imobiliário (Marcos Corrêa/PR/Divulgação)

Em 2021 até setembro, a Caixa concedeu 104 bilhões de reais em empréstimo imobiliário (Marcos Corrêa/PR/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 13 de janeiro de 2022 às 13h08.

Última atualização em 14 de janeiro de 2022 às 11h47.

A Caixa Econômica Federal prevê aumento de 10% das concessões de empréstimos para compra de imóveis em 2022, desaceleração em relação ao ano passado, em meio ao ciclo de alta da taxa básica de juros, disse o presidente-executivo do banco estatal, Pedro Guimarães.

"Vamos crescer 10% e superar 150 bilhões de reais em concessões", disse Guimarães em entrevista à Reuters por telefone.

Maior financiadora imobiliária do país, a Caixa tinha um estoque de financiamentos no setor de 542 bilhões de reais em setembro passado, último dado público, alta de 8,7% em 12 meses.

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Em 2021 até setembro, a Caixa concedeu 104 bilhões de reais em empréstimo imobiliário, alta de 27,9% sobre um ano antes. Em termos anualizados, as concessões devem superar 135 bilhões de reais no acumulado do ano passado. Se a previsão para este ano for alcançada, haveria, portanto, uma desaceleração.

Impulsionado pela queda da Selic à mínima histórica de 2% ao ano, o crédito imobiliário teve forte crescimento entre 2020 e o começo do ano passado. Mas esse ritmo tem perdido força desde que o Banco Central começou a subir a taxa básica rapidamente para tentar esfriar a inflação, que superou 10% em 2021.

Segundo a Abecip, entidade que representa as financiadoras imobiliárias no país, a concessão de crédito no setor em novembro subiram 26,8% em relação a igual mês de 2020. Embora ainda fortes, os desembolsos desaceleraram. Em março, o crescimento ano a ano tinha sido de 172,7%.

Atualmente em 9,25% ao ano, o juro básico do país ainda deve ter novos aumentos, segundo projeções majoritárias de economistas, podendo superar 11% nos próximos meses.

Para Guimarães, no entanto, por ter taxas de juros mais baixas do que a maioria dos concorrentes, especialmente com linhas menos impactadas pela inflação, como a do SBPE, a Caixa deve seguir ampliando os desembolsos em ritmo superior.

Segundo dados da corretora imobiliária Akamines, a menor taxa cobrada hoje pela Caixa é de 8,3% ao ano + TR, ante 9,99% do Santander Brasil, e 9,5% de Bradesco e de Itaú Unibanco.

De acordo com o executivo, a combinação recente de aumento da inflação e do juro se refletiu em "pequena alta" dos números de inadimplência dos financiamentos imobiliários na Caixa nos últimos meses, mas o banco tem flexibilidade para negociar com os mutuários sem ter que retomar os imóveis.

Desde meados de 2020, a Caixa concedeu pausas no pagamento de prestações a cerca de 2,5 milhões de mutuários, na esteira da crise desencadeada pela Covid-19. Guimarães disse que no momento não considera abrir novas pausas.

Acompanhe tudo sobre:CaixaCréditoEXAME-no-InstagramImóveisPedro Guimarães

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