Repórter
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 16h18.
O Brasil gerou 85.147 postos de trabalho com carteira assinada em outubro, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
O número ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetava um saldo líquido próximo de 120 mil postos. Esse é considerado o pior resultado para o mês de outubro desde o início da série histórica no Novo Caged, em 2020. O resultado do mês de setembro destacou 2.271.460 admissões e 2.186.313 desligamentos. O saldo representa queda de 35,3% na comparação com outubro, quando houve a criação de 213.002 vagas formais.
Em comparação com o mesmo mês de 2024, o saldo também caiu — naquele ano, outubro havia encerrado com 131.603 novos vínculos empregatícios.
No acumulado dos últimos 12 meses, entre novembro de 2024 e outubro de 2025, o saldo de empregos foi de 1.351.832, inferior ao registrado no mesmo intervalo anterior, quando foram criados 1.796.543 postos.
Com o resultado, o estoque total de vínculos com carteira assinada no país alcançou 48.995.950 empregos formais até o fim de outubro.
Entre os cinco grandes setores econômicos monitorados pelo Novo Caged, apenas dois registraram crescimento expressivo. O setor de serviços abriu 82.436 vagas, seguido pelo comércio, com 25.592 novas contratações.
Em contrapartida, a indústria apresentou redução de 10.092 postos (-0,1%), enquanto a construção civil perdeu 2.875 empregos (-0,1%). A agropecuária registrou o pior desempenho proporcional, com queda de 9.917 vagas (-0,5%).
Vinte e um dos 27 estados apresentaram resultado positivo na geração de empregos. Em números absolutos, São Paulo liderou com 18.456 novas vagas, seguido pelo Distrito Federal, com 15.467, e Pernambuco, com 10.596.
Na comparação proporcional, o Distrito Federal também se destacou com crescimento de 1,5%, seguido por Alagoas (1%) e Amapá (0,7%).
Entre os vínculos gerados, 67,7% foram classificados como postos típicos de trabalho, enquanto os demais 32,3% foram considerados não típicos — incluindo 15.056 vagas com jornada intermitente e 10.693 com carga horária de até 30 horas semanais.
O salário médio real de admissão em outubro foi de R$ 2.304,31. O valor representa um aumento de R$ 17,28 (0,8%) em relação a setembro, quando o salário médio estava em R$ 2.287,02.
As mulheres representaram a maior parte das novas contratações formais no país em outubro, com 65.913 vagas. Os homens somaram 19.234 novos postos de trabalho. O setor de serviços concentrou a maior parte desses vínculos para o público feminino, com 52.003 admissões, frente a 30.433 registradas entre os homens.
Entre os jovens de 18 a 24 anos, foram registrados 80.365 novos empregos com carteira assinada. Adolescentes com até 17 anos responderam por 23.586 contratações no mês. Os dois grupos tiveram maior inserção no setor de serviços, com 54.528 vagas, seguido pelo comércio, com 32.203, e pela indústria de transformação, com 10.051 empregos.