Economia

Caged: Brasil abre recorde histórico de vagas formais em novembro

Em novembro, o Brasil abriu 414.556 vagas formais de emprego, recorde para todos os meses da série histórica do Caged, iniciada em 1992

Segundo a pasta, o dado é o melhor resultado para todos os meses desde o início da série histórica (Lucas Landau/Reuters)

Segundo a pasta, o dado é o melhor resultado para todos os meses desde o início da série histórica (Lucas Landau/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 23 de dezembro de 2020 às 11h10.

Última atualização em 23 de dezembro de 2020 às 11h15.

O Brasil abriu 414.556 vagas formais de emprego em novembro, recorde para todos os meses da série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) iniciada em 1992, desempenho que levou o saldo do ano a território positivo apesar do impacto no mercado de trabalho da pandemia de coronavírus.

Este foi o quinto mês seguido em que o Caged ficou no azul, informou nesta quarta-feira o Ministério da Economia, defendendo que o desempenho confirma a retomada do crescimento econômico após a fase mais crítica do surto de Covid-19, no segundo trimestre do ano.

"Desde o início da retomada, em julho, o Caged vem apresentando saldo positivo, o que revela o crescimento gradual do emprego formal no país, bem como a ampliação das contratações temporárias típicas desse período do ano", afirmou a pasta, em nota.

No acumulado do ano, houve criação líquida de 227.025 vagas.

Desde o último mês, o ministro da Economia, Paulo Guedes, vinha reiterando em falas públicas a expectativa de perda zero de empregos formais em 2020, num desempenho fortemente amparado pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

Válido até 31 de dezembro, o programa permite redução temporária de salário e jornada ou a suspensão do contrato de trabalho, com o pagamento de compensação parcial pelo governo aos trabalhadores.

O benefício bancado pelo governo, batizado de BEM, corresponde a uma parte do seguro-desemprego a que o trabalhador teria direito em caso de demissão. Hoje, o seguro-desemprego varia de um salário mínimo (1.045 reais) a 1.813,03 reais.

Segundo o governo, o BEM permitiu mais de 20 milhões de acordos entre empregados e empregadores no Brasil, contemplando 9,8 milhões de trabalhadores.

Até a véspera, o governo gastou 32,6 bilhões de reais com o programa, sendo que seu orçamento total é de 51,6 bilhões de reais.

Na terça-feira, o Ministério da Economia informou que 7,7 bilhões de reais em pagamentos do programa deverão ser feitos apenas em 2021, referentes a despesas empenhadas e que são da competência do mês de dezembro.

DETALHAMENTO

Em novembro, a abertura de postos foi puxada principalmente pelo setor de serviços, com 179.261 novas vagas, e pelo comércio, com 179.077.

Aparecem em seguida a indústria (+51.457) e a construção (+20.724), ao passo que na agropecuária houve fechamento de 15.353 postos.

Apesar dos dados positivos que têm sido mostrados no Caged, números mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados em novembro, indicam que a taxa de desemprego no país, que abarca também o trabalho informal, alcançou novo recorde de 14,6% no terceiro trimestre, com o número de desempregados chegando a 14,092 milhões ao final do período.

 

Acompanhe tudo sobre:CagedEmpregosMinistério da Economia

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE