Economia

Cafeicultores dizem não se surpreender com reação dos preços

Quebra de safra no Brasil está ficando mais evidente para o mercado à medida que a colheita avança no maior produtor global


	Café: café arábica negociado na bolsa de Nova York atingia máxima de três meses acima de US$2 por libra-peso
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Café: café arábica negociado na bolsa de Nova York atingia máxima de três meses acima de US$2 por libra-peso (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2014 às 14h51.

São Paulo - O Conselho Nacional do Café (CNC) avaliou nesta sexta-feira que a reação nos preços nesta semana pode ser considerada natural, considerando que a quebra de safra no Brasil está ficando mais evidente para o mercado à medida que a colheita avança no maior produtor global.

O café arábica negociado na bolsa de Nova York tinha forte alta nesta sexta-feira, atingindo uma máxima de três meses acima de 2 dólares por libra-peso, após fechar julho com um ganho de 13 por cento.

"As reações ocorridas nos preços ao longo desta semana não são surpreendentes, haja vista que surgem como consequência dos intensos impactos ocasionados pelo veranico de 75 dias que assolou o cinturão produtor brasileiro no começo do ano...", disse o CNC em boletim semanal.

O conselho que representa os produtores lembrou ainda que, além de impactar as condições fenológicas das plantas para a safra atual, também ocasionará quebra relevante no ciclo produtivo de 2015.

"Nesta semana, com a colheita se aproximando de 60 por cento e a clara necessidade de um maior volume de grãos para se encher uma saca de 60 kg, experimentamos uma reação substancial dos preços no mercado cafeeiro, refletindo uma safra brasileira mais baixa que o especulado", disse.

O CNC afirmou ainda que chuvas recentes também tiveram impacto positivo sobre as cotações futuras do café arábica. "Além de retardarem os trabalhos de colheita e aumentarem a preocupação quanto às perdas qualitativas da safra, também suscitaram especulações no mercado sobre a possibilidade de antecipação das floradas dos cafeeiros." Se ocorrerem floradas de forma antecipada, há preocupação de não haver o adequado pegamento dos frutos.

A redução dos estoques também preocupa e sustenta os preços, disse o CNC.

"Frente ao consumo nacional superior a 20 milhões de sacas e às exportações da ordem de 33 milhões de sacas, a tendência é de significativa redução dos estoques, já que as safras 2014/15 e 2015/16 sofrerão quebra devido às condições climáticas adversas", afirmou.

O CNC citou a previsão de estoques da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 15,22 milhões de sacas em 31 de março passado, e reiterou suas projeções de produção do país, de cerca de 40 milhões de sacas em 2014, mesmo número esperado para 2015. Com a valorização das cotações internacionais e do dólar, os preços domésticos do café apresentaram alta nos últimos dias.

Os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, na quinta-feira, a 431,89 reais/saca e a 251,90 reais/saca, respectivamente, com alta de 8,5 por cento e 2,3 por cento no acumulado da semana, disse o CNC.

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