Economia

Caem negócios no setor importador de bens de capital

Levantamento mostra que valor negociado com a importação de bens de capital sofreu uma redução de 6,7% nos primeiros 7 meses do ano sobre mesmo período de 2013


	Indústria: para presidente da Abimei, expectativa é que atividade industrial só melhore em meados de 2015
 (Getty Images)

Indústria: para presidente da Abimei, expectativa é que atividade industrial só melhore em meados de 2015 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2014 às 17h46.

Brasília - A baixa atividade industrial no país tem afetado as empresas importadoras de bens de capital.

Um levantamento feito pela Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei) mostra que o valor negociado com a importação de bens de capital sofreu uma redução de 6,7% nos primeiros sete meses do ano em relação ao mesmo período de 2013, caindo de US$ 30,2 bilhões para US$ 28,2 bilhões.

O ritmo de queda foi mais forte que o das importações gerais, que caíram 4,1% no mesmo período.

Partes e peças para a indústria agrícola e maquinaria industrial foram os itens mais impactados, com queda de 19,2% e 17,2%, respectivamente.

Além do baixo crescimento da indústria, a Abimei aponta também como um dos motivos da retração do setor as medidas protecionistas adotadas pelo governo, como o aumento do Imposto de Importação de centros de usinagens e redutores e afins, de 14% para 20%, em vigor desde julho.

O presidente da entidade, Ennio Crispino, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a expectativa é que a atividade industrial só melhore em meados de 2015, quando a entidade também espera um início de recuperação da demanda por bens de capital nacionais e importados.

Segundo ele, os importadores de máquinas e equipamentos acumulam queda nos negócios por três anos consecutivos.

Crispino disse que o resultado é reflexo da situação econômica delicada que o País atravessa. Ele lembra que o setor que mais impulsiona as vendas de bens de capital no Brasil é o automotivo, que enfrenta problemas na demanda interna e externa.

O executivo também afirma considerar natural que o governo socorra a indústria nacional de bens de capital, mas destacou que as empresas não possuem escala que justifique a fabricação de determinados tipos de máquinas e, muitas vezes, não têm tecnologia necessária para produzi-los.

Por isso, segundo ele, algumas indústrias também importam equipamentos para incorporar ao seu portfólio de produtos.

"A indústria nacional aumentou seus preços em função da elevação do Imposto de Importação (para produtos similares) e o mercado não melhorou, nem para eles (indústria nacional), nem para nós. Quem ficou prejudicado foi quem precisou comprar máquinas. Isso não é política industrial", criticou.

O governo já sinalizou que pretende anunciar em breve uma política de renovação de bens de capital.

A Abimei tem como associados distribuidores de máquinas e equipamentos, fabricantes de máquinas importadas que oferecem, no Brasil, suporte para as vendas e peças de reposição, fabricantes nacionais que também importam e empresas na área de serviço, como de fretes internacionais e de assessoria em comércio exterior.

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