Economia

Bundesbank se opõe a mais financiamento a bancos gregos

Os bancos gregos se refinanciam atualmente ante o Banco Central da Grécia, com empréstimos de urgência, mais onerosos para eles

O presidente do Banco Central alemão, Jens Weidmann: "Sou contra um aumento dos créditos de urgência" (Arne Dedert/AFP)

O presidente do Banco Central alemão, Jens Weidmann: "Sou contra um aumento dos créditos de urgência" (Arne Dedert/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2015 às 09h48.

Berlim - O presidente do Banco Central alemão, Jens Weidmann, expressou sua oposição a que os bancos gregos tenham acesso a mais financiamento de urgência por parte do BCE, em uma entrevista à revista Focus publicada nesta sexta-feira.

"Sou contra um aumento dos créditos de urgência", declarou o presidente do Bundesbank, que considera que o novo Executivo grego de esquerda radical "diminuiu fortemente a confiança" de seus sócios europeus.

Os bancos gregos se refinanciam atualmente ante o Banco Central da Grécia, com empréstimos de urgência, mais onerosos para eles, no âmbito de um mecanismo de empréstimos de urgência chamado ELA aprovado pelo Banco Central Europeu (BCE).

O limite deste mecanismo foi elevado nesta semana a 71,1 bilhões de euros.

O conselho de ministros do BCE - no qual Weidmann participa junto aos governadores dos 19 países da zona do euro, assim como os seis membros do diretório do BCE - toma suas decisões sobre o ELA com uma maioria de dois terços.

Este mecanismo assumiu o financiamento dos bancos na Grécia após a supressão de um regime de favor do qual se beneficiavam para obter liquidez da instituição europeia.

Antes, os bancos gregos podiam obter dinheiro com o aval da dívida do Estado grego em suas contas.

O BCE, que fez uma exceção com a dívida grega por seu alto risco, colocou fim a este canal de financiamento após a chegada ao poder da esquerda radical Syriza de Alexis Tsipras, devido ao seu desejo de colocar fim ao programa de resgate europeu.

"Se um Estado membro da zona do euro decide não cumprir com suas obrigações e para de realizar seus pagamentos aos credores, então um default desordenado é inevitável", declarou Weidmann, que sempre defendeu uma linha dura perante a Grécia.

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