Economia

BRICS terão financiamento em moeda local, diz Coutinho

"Qualquer banco estrangeiro no Brasil pode receber um limite nosso para ele operar como repassador de recursos do BNDES", disse presidente do BNDES


	Segundo Coutinho, "banco do BRICS" não irá competir com BNDES para crédito a longo prazo
 (Nelson Almeida/AFP)

Segundo Coutinho, "banco do BRICS" não irá competir com BNDES para crédito a longo prazo (Nelson Almeida/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 16h36.

Fortaleza - Os bancos de desenvolvimento dos cinco países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vão assinar um acordo de financiamento em moeda local para projetos de investimentos entre os países.

Segundo informou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, nesta terça-feira, 15, a decisão foi tomada ao longo das reuniões realizadas nesta terça-feira, 15, e ontem com seus pares na China, Índia, Rússia e África do Sul.

Ele falou rapidamente com jornalistas que acompanham a reunião de cúpula dos BRICS, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza.

"Dentro dos limites bancários, poderemos dar um limite de operações a bancos estrangeiros, como já existe. Qualquer banco estrangeiro no Brasil pode receber um limite nosso para ele operar como repassador de recursos do BNDES, desde que nós tenhamos uma reciprocidade, quer dizer, que ele nos permita conceder apoio a empresas brasileiras em seu país de origem", disse.

"Para financiar investimento direto isso é muito importante", disse o presidente do BNDES. "Como as receitas da empresa que faz os investimentos serão em moeda local, o financiamento na mesma moeda é muito bom, e isso facilita também a internacionalização cruzada das empresas."

Sobre "internacionalização cruzada", Coutinho explicou se tratar das empresas dos cinco países que poderão crescer suas operações entre os integrantes do BRICS com a medida.

Coutinho afirmou que não haverá necessidade de aportes adicionais do Tesouro Nacional ao BNDES de forma a garantir essa nova modalidade de financiamento, no âmbito dos BRICS.

"O BNDES pode fazer captações externas, temos esse tipo de operação já estabelecida no banco", disse ele.

Novo banco

Segundo Coutinho, o Novo Banco de Desenvolvimento, o "banco do BRICS", não deverá competir com o BNDES no mercado de crédito para investimento de longo prazo.

Para o presidente do BNDES, o banco do BRICS, cuja criação será aprovada hoje pelos presidentes e primeiros-ministros dos cinco países, será uma nova alternativa de crédito para financiar infraestrutura.

"Desde a crise financeira mundial, em 2008, e a adoção de Basileia 3, em 2013, a liquidez mundial diminuiu, então, todo esforço de financiamento, de novas fontes de crédito, é muito importante", disse Coutinho. .

Inovação

Os presidentes dos bancos de desenvolvimento dos BRICS assinaram hoje acordo de cooperação voltado para a inovação. O acordo vai apoiar projetos e iniciativas que promovam investimentos em inovação tecnológica, com ênfase em infraestrutura e energia sustentável, e inovação de processos e produtos em diversas áreas da indústria, de serviços e do agronegócio.

O acordo terá validade de cinco anos. Toda a análise será feita caso a caso, conforme as políticas e normas de cada instituição, segundo informou o BNDES.

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